Lance desajeitado entre Zé Pedro e o argentino Nehuén Pérez é um dos casos excecionais do International Football Association Board (IFAB) que define as leis de jogo do futebol
Mesmo com a derrota bracarense frente ao Casa Pia e com a oportunidade de praticamente garantir o terceiro lugar do campeonato - que dá acesso direto à Liga Europa -, o FC Porto de Martín Anselmi voltou a tremer. E muito por culpa do que aconteceu ao minuto 34, em que Zé Pedro tentou aliviar a bola da área azul e branca, mas o remate para a frente esbarrou no braço levantado do central Nehuén Pérez.
O defesa argentino estava com o braço levantado por cima da cabeça, uma posição não natural do membro superior direito, e a aumentar a volumetria do corpo. Portanto, de acordo com a lei 12 do International Football Association Board (IFAB), o árbitro Cláudio Pereira agiu corretamente ao apitar e apontar para a marca dos 11 metros, certo?
Não, devido a uma exceção implementada pelo International Football Association Board à lei 12 das regras do futebol que diz respeito a "faltas e má conduta". Por isso há que dar mérito ao alerta feito pelo ex-árbitro Pedro Henriques ao jornal A Bola.
Pedro Henriques lembra, no entanto, que este é "um caso muito concreto e específico" e, como o resultado permaneceu inalterado até ao minuto 90, não se gerou grande polémica em torno da decisão de Cláudio Pereira.
Ninguém dirá que Nehuén Pérez tinha o braço numa posição natural e junto ao corpo, mas o factor diferenciador neste caso é de onde a bola parte e o facto de tudo isto ter sido acidental, porque essa é uma das exceções à lei 12.
Pedro Henriques lembra que “o International Board diz claramente que, nestas circunstâncias, não quer que seja assinalado o respetivo pontapé de penálti". ”Quando, por exemplo, o jogador tenha o braço já aberto numa situação em que não é expectável que a bola venha para si ou para perto de si vinda de um colega de equipa", conclui.
As exceções do IFAB
O IFAB alerta para quatro cenários excecionais em que não deve ser assinalada qualquer falta por mão na bola, apesar de poderem gerar dúvidas.
Bola atinge mão/braço de um jogador depois de ter sido pontapeada/cabeceada por um companheiro de equipa?
"Isto não é uma falta por mão na bola (a não ser que a bola vá diretamente para a baliza adversária ou o jogador marque golo no seguimento do lance acidental, em qualquer caso deve ser assinalado livre para a equipa adversária)", explica o IFAB.
Um jogador remata contra a própria mão/braço?
"Isto não é uma falta por mão na bola (a não ser que a bola vá diretamente para a baliza adversária ou o jogador marque golo no seguimento do lance acidental, em qualquer caso deve ser assinalado livre para a equipa adversária)".
Um jogador vai a cair e a bola atinge a mão/braço de apoio, que está entre o jogador e a relva?
"Isto não é uma falta por mão na bola (a não ser que a bola vá diretamente para a baliza adversária ou o jogador marque golo no seguimento do lance acidental, em qualquer caso deve ser assinalado livre para a equipa adversária)", explica o IFAB.
Um jogador impede que a bola entre na baliza da sua equipa com a mão/braço, mas não o faz deliberadamente nem aumenta a volumetria do corpo (braço na posição natural)?
"Isto não é uma falta".
Por fim, o IFAB desta ainda um caso que parece não levantar qualquer dúvida.
Um jogador tenta marcar golo com a mão/braço?
"É assinalado um pontapé livre para a equipa adversária e mostrado um cartão amarelo ao infrator (mesmo que a tentativa de marcar não seja bem sucedida", explica o IFAB.
Se ainda não viu o lance, pode faszê-lo aqui.
O lance que originou a grande penalidade a favor do Boavista 🫣#sporttvportugal #LIGAnasporttv #ligaportugalbetclic #BoavistaFC #FCPorto pic.twitter.com/MWbeKTklCN
— sport tv (@sporttvportugal) May 11, 2025