Mudam-se os tempos, não se muda a vontade deste Moreirense
Nova época, velhos hábitos.
O Moreirense, equipa sensação na passada temporada, começou o campeonato da melhor maneira. A equipa de César Peixoto visitou e venceu um Farense (1-2) que, além de ter sofrido as consequências de uma entrada em jogo desastrada, não soube aproveitar a vantagem numérica de que dispôs durante grande parte do segundo tempo.
José Mota, técnico dos algarvios, apostou em cinco reforços para o primeiro 11 oficial da época. Marco Moreno, Neto, Filipe Soares, Lucas Áfrico e Dario Poveda foram titulares, enquanto, no Moreirense, apenas houve uma cara nova: o médio Sidnei.
Numa tarde de muito calor no Algarve, o Moreirense entrou a todo o gás. Aquela bola perdida por Lucas Áfrico, à beira da área, logo nos primeiros segundos do jogo, seria o espelho de uma primeira parte francamente má do Farense.
O Moreirense dominou a partida com jogadores com o trio Madson-Alan-Asué em clara evidência.
Seria dos pés de um deles – Alan, no caso – que sairia o cruzamento que deu origem ao primeiro golo do jogo. Ao minuto 7, o brasileiro bateu um livre que encontrou Maracás solto de marcação. O central só teve de saltar e cabecear para o fundo das redes.
O jogo tinha começado há pouco tempo, podia-se esperar uma reação do Farense, mas engane-se: o que se viu foi sempre um Moreirense mais perto de ampliar a vantagem.
Só nos últimos minutos é que os algarvios foram mostrando alguma coisa, mas sem criar real perigo à baliza de Kewin Silva.
E a toda manteve-se no segundo tempo. O nível de jogo do Farense até subiu, mas escasseavam as oportunidades para empatar.
Até que chegámos ao minuto 65 e o jogo mudou. Num lance infantil, Sidnei foi expulso: o médio do Moreirense saiu para ser assistido e entrou no relvado sem autorização. Com um amarelo na primeira parte, Sidnei viu o segundo… e o Farense não demorou em aproveitar.
Logo no reatamento, Bermejo fez o empate, após um bom cruzamento do estreante Rivaldo.
Os algarvios ganharam um alento que não tinham mostrado ainda, carregaram, mas viram o Moreirense voltar a marcar.
O lance descreve-se assim: uma bola estava a ser disputada por vários jogadores dentro da área do Farense e acabou por sobrar para Luís Asué. Os defesas dos algarvios pensaram que o ponta de lança estava em fora de jogo, alhearam-se do lance e permitiram que Asué rematasse à vontade.
O fora de jogo não existiu e o Farense deixou escapar (pelo menos) o empate. Já o Moreirense, depois do sexto lugar do ano passado, parece querer continuar a dar cartas.