Marguerite cresceu como filha única e sentia-se sozinha. Agora tem quase 100 anos e 101 bisnetos

CNN Portugal , FMC
28 set 2022, 10:42
Marguerite “Peg” Koller tem quase 100 anos e tem 11 filhos, 56 netos e 101 bisnetos (Twitter)

O centenário da matriarca está próximo e todos esperam que os cerca de 250 membros da família estejam presentes na comemoração

Marguerite “Peg” Koller sempre cresceu com o desejo de ter uma família grande. Como filha única, sentia-se solitária e foi em adulta que os desejos se tornaram realidade. Construiu um clã com mais elementos do que a média e com quase 100 anos sente-se orgulhosa com a vida nada entediante que levou.

Comecemos pelo início. Marguerite cresceu em Filadélfia e conta agora, ao The Washington Post, que “definitivamente gostaria de ter irmãos", uma vez que tinha de procurar na rua companhia para brincar. Embora tenha criado uma grande família, tal poderia não ter acontecido, uma vez que, momentaneamente, sentiu a “vocação” e quis priorizar a fé.  

Durante a adolescência, quase ingressou pela via celibatária, tendo-se até inscrito num convento, onde foi aceite. “Senti que tinha uma vocação”, explicou, reforçando a sua devoção ao catolicismo. Contudo, o namorado, que mais tarde seria o seu marido, e a mãe, convenceram-na a casar.

Marguerite e William casaram em 1942 e juntos tiveram 11 filhos, o que Marguerite lembra com carinho. Não definiram um número certo e apenas "continuaram”, explica a viúva, que perdeu o marido em 2008.  

Apesar de muitos, afirma “não ter sido difícil”, exceto, talvez, conseguir vestir todos a tempo da missa. Ainda assim, para ela, esses pequenos desafios foram uma excelente troca por uma casa cheia.  

“Adorei tê-los e ter tantas pessoas à minha volta”, relembra.

O casal conseguiu, no meio do caos, construir uma vida tão feliz e harmoniosa que os filhos apenas têm a apontar aspetos positivos. “Foi uma experiência tão boa crescer na nossa família", afirma Chris Kohler, a nona a nascer. “Até agora, em crescidos, somos todos grandes amigos”, acrescenta. Segundo diz, o papel dos pais foi, aqui, decisivo, explicando que entre todos as tarefas estavam bem divididas e que os pais inspiravam, ao demonstrar a melhor forma de “trabalhar lado a lado nos negócios e em casa”.

O casal fundou em conjunto uma agência funerária, onde vários membros da família trabalham.  

Contudo, não foi só na organização que os pais foram modelos para os filhos, tentando incutir os valores que seguiam e ao que parece, o sucesso tem chegado às gerações mais novas.  

“Não importa o tamanho da família, quão grande ela cresça, quão longe estamos, aquelas lições que os meus avós começaram há 75 anos estão muito enraizadas em todos nós”, diz a neta Chrissy Balster. 

A relação que os dois tinham era algo que também os filhos desejavam. “Eu esperava encontrar algo assim para mim”, confidencia Chris, acrescentando ainda que o sonho da mãe de construir uma grande família também lhe foi transmitido.  

“Tínhamos tantos irmãos e irmãs por perto para brincar e nos ajudar. Isso impressionou-me e sempre quis ter uma família grande”, contou. E a verdade é que as pisadas foram seguidas. Chris teve seis filhos e, até ao momento, já é avó de 14 netos.  

E não é só ela que segue este legado. Todos os irmãos tiveram mais filhos do que a média norte-americana: a maioria dos irmãos Koller teve mais de cinco filhos e a cada geração o desejo de uma família grande parece inalterado.

“Acho que todos na minha família queriam ter vários filhos por causa da energia e da emoção” revela Greg Stokes, neto de Marguerite.  

Ao falar sobre a ligação com os avós, evoca os momentos que passava no clube de natação, as festas de pijama e a “grande festa” da véspera de Natal. De acordo com o neto, a grande proximidade entre todos só foi e é possível graças à dedicação inabalável da avó a cada membro.  

“Ela está lá para todas as formaturas de ensino médio e faculdade. Ela esforça-se sempre para estar presente”, afirma.  

E prova disso é que, mesmo quando parece quase impossível que consiga marcar presença, Marguerite não desilude. Há seis anos, a família tinha no mesmo dia dois casamentos que distavam a mais de uma hora de carro e a matriarca esteve nos dois. O mesmo aconteceu com duas cerimónias de fim de curso de dois netos.  

“Para todas as formaturas, batizados e festas de aniversário de todos os nossos filhos, ela sempre quis estar lá”, reforça Kohler sobre a mãe. “A família dela é a vida dela.” 

E a mãe corrobora: “Não perco festas.” 

Com uma família que entre os 11 filhos, 56 netos, 101 bisnetos e cônjuges já conta com cerca de 250 pessoas, tendo o mais novo membro nascido somente na semana passada, fica cada vez mais difícil juntar todos. Contudo, os encontros não são impossíveis e a festa anual de véspera de Natal e algumas reuniões regulares mantêm a confraternização e o clã tenta não perder nenhuma oportunidade de se juntar.  

Avizinha-se agora para todos uma grande comemoração, o centenário de Marguerite “Peg” Koller, no dia 28 de novembro, onde todos esperam estar presentes e em que o desejo de Marguerite é conversar com todos e “levantar e dançar”.  

E.U.A.

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