Patricia desapareceu há 47 anos e partes do corpo apareceram há 21. Agora, um teste genealógico revela o que aconteceu

CNN Portugal , DCT
27 set 2022, 10:55
Patricia Gildawie (Photo by Bill O'Leary/The Washington Post via Getty Images)

Foi durante quase cinco décadas um dos principais mistérios de Fairfax, na Virgínia. Patricia Gildawie tinha desaparecido em 1975 e nunca se soube exatamente o que lhe aconteceu. Um teste genealógico vem agora revelar as causas da morte. Mas ainda falta apanhar o culpado

A polícia do condado de Fairfax, na Virgínia, Estados Unidos, conseguiu finalmente desvendar o que aconteceu a Patricia Gildawie Duperly, que desapareceu a 8 de fevereiro 1975 - na altura, com 17 anos - e cujas partes do corpo apareceram apenas a 27 de setembro de 2001, perto de uma vala em Lincoln Circle, no mesmo Estado.

“Identificar esta jovem resolve um mistério que dura há mais de 47 anos”, disse Ed O'Carroll, comandante do departamento de Crimes Graves e Cibernética e Forense, citado pela CNBC. As quase cinco décadas de incerteza já tinham tirado qualquer esperança à família, sobretudo a Veronique, a sua irmã, agora com 66 anos, e a última a ver Patricia ainda com vida. 

“Não podíamos pagar a ninguém”, disse. “E nós nem sabíamos por onde começar a procurar”, lamentou Veronique, reconhecendo que, perante os insucessos constantes da polícia, a contratação de um detetive privado esteve em cima da mesa. 

Apesar da vontade imensa em saber o que tinha, de facto, acontecido, os entraves na altura eram muitos e, assim que o processo foi arquivado, Veronique limitou-se a aceitar que iria viver na dúvida para sempre. Mas tudo mudou quando um detetive do condado de Fairfax ligou para a filha de Veronique Duperly no início de agosto, quase 47 anos depois.

A chamada, conta o Washington Post, foi inesperada: era sobre os restos de uma mulher branca entre 16 e 19 anos que tinha sido encontrada duas décadas antes - e que, na altura, tinha sido identificada como afro-americana. O detetive pediu para entrar em contacto com Veronique e o mistério desvendou-se dias depois. 

Os detetives do Departamento de Polícia do Condado de Fairfax uniram as partes do corpo encontradas há 21 anos e submeteram-nas a testes genealógicos, realizados num laboratório forense em Othram, onde foi criado um perfil de ADN da vítima e que correspondia ao da árvore genealógica da família Duperly. E foi assim, 47 anos depois, que conseguiram evidências de que a jovem foi baleada na cabeça e que essa mesma jovem é Patricia Gildawie.

“Quando lhes dei o meu ADN, eles [os peritos] enviaram-no para o laboratório enquanto estavam sentados aqui na minha sala de estar. E eles tiveram 100% de correspondência de ADN em 15 minutos”, relata Veronique.

A polícia tem agora a certeza de que se tratou de um homicídio, não tendo, porém, feito qualquer detenção, até porque não se sabe sequer se a pessoa que matou Patricia Gildawie está ainda viva. E essa é a grande questão que Veronique coloca: quem matou a sua irmã?

O facto de a jovem ter aparecido com contusões nos braços e nas pernas momentos antes de desaparecer pode ajudar a polícia a encontrar um fio condutor para a investigação. À data, Patricia namorava com um homem de cerca de 30 anos, cuja identidade não foi revelada à família, apenas se sabe o local onde trabalhava na década de 70. Esse mesmo homem ter-lhe-á emprestado um Cadillac Eldorado branco, carro que Patricia terá conduzido, mesmo sem ter habilitação para tal, relata a irmã.

E.U.A.

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