Anna Caruso, de 64 anos, já tinha sido suspensa do serviço de cardiologia onde trabalhava por ter recusado a vacina contra o SARS-CoV-2
Uma enfermeira italiana que se definia nas redes sociais como negacionista e antivacinas, dizendo a quem a quisesse ouvir que ficaria satisfeita se apanhasse covid-19, acabou por morrer vítima da doença.
Anna Caruso, de 64 anos, vivia em Aqcui Terme, na região italiana do Piemonte. Segundo o Corriere della Sera, morreu no passado sábado de manhã, depois de ter sido infetada com SARS-CoV-2 há cerca de duas semanas.
Quando adoeceu, foi internada num hospital da província de Alexandria, mas acabou transferida em estado grave para o hospital de Tortona, onde perdeu a vida, confirmou o sindicato dos enfermeiros e profissionais de saúde Nursind à imprensa italiana.
Caruso, que tinha recusado a vacina contra a covid-19, juntava-se todas as semanas aos protestos locais contra o "Green Pass", o certificado de vacinação italiano. Antes da pandemia, trabalhava no serviço de cardiologia do hospital da província de Alexandria, mas fora suspensa de funções por não se vacinar.
Há cerca de um mês e meio, publicara nas redes sociais um vídeo dizendo que ficaria satisfeita se apanhasse o vírus. "Antes morrer de pé do que a rastejar", dizia.
"Quero apanhar este vírus porque assim poderei dizer ok, sou negacionista, sou conspiracionista, mas passei por tudo aquilo que era suposto passar. Eu estou com pessoas, beijamo-nos, estamos juntos e nunca apanhámos nada a não ser a gripe", reforçava.
Lorenzo Lucchini, o autarca de Acqui Terme, também enfermeiro, lamentou a morte da colega. "A notícia não deve deixar-nos indiferente. Digo-o com todo o coração e com o sentido de responsabilidade que sempre me caracterizou: há necessidade de nos vacinarmos para ultrapassar esta emergência sanitária. As vacinas são, neste momento, o nosso melhor instrumento para combater a covid-19", sublinhou Lucchini.