IL elege dois eurodeputados, tantos quanto o Chega. Euforia total nas hostes liberais
Sebastião Bugalho mal tinha começado a falar, estava a agradecer aos portugueses, quando Cotrim de Figueiredo quis provar a sua autoridade - e conseguiu: começou a falar naquele mesmo momento e as TV saíram do candidato da AD e preferiram ir para o da IL. O quarto classificado da noite impôs-se mediaticamente ao segundo, atropelamento consumado depois de a IL quase ter atropelado o terceiro lugar do Chega: ambos os partidos ficam com dois eurodeputados mas o Chega fica ligeiramente à frente em votos.
"Eu vou para Bruxelas mas não vou sozinho", celebrou João Fernando Cotrim de Figueiredo, cabeça de lista da Iniciativa Liberal às eleições europeias. Mesmo que o partido não tenha ultrapassado "os populistas" - como tanto desejava -, estava conseguido o "melhor resultado de sempre".
Cotrim agradeceu "aos mais de 350 mil portugueses que confiaram na IL" - nas últimas eleições europeias o partido não tinha conseguido eleger nenhum nome, agora são dois: "Em cinco anos desmentimos aqueles velhos do Restelo que diziam que o liberalismo não tinha hipóteses em Portugal, crescemos muito e vamos continuar a crescer".
Defendendo, com a plateia em coro, que "o liberalismo funciona e faz falta a Portugal" - aquele frase que Cotrim repetia sempre que começava os debates televisivos das legislativas que deram a maioria a António Costa -, o agora eurodeputado prometeu que "nunca irá dar tréguas, nem aos socialistas, nem aos populistas". Foi ovacionado nesse momento, tinha-o sido antes e foi-o depois.
Cotrim de Figueiredo, eleito juntamente com Ana Vasconcelos Martins, argumentou ainda que o seu partido "não promete o que não pode cumprir" e que os portugueses disseram "sim" a isso. Acrescentou que a IL combate a "desesperança, o voto de protesto - basta compreender a razão de queixa das pessoas".
Após a intervenção, já fora do palco, João Cotrim de Figueiredo reafirmou o que já tinha dito várias vezes durante os debates televisivos. Não irá apoiar António Costa para o Conselho Europeu (Montenegro diz que sim, que vai apoiar): “Preferia que não fosse o candidato apoiado pelo Governo português pelos motivos que expliquei várias vezes durante a campanha. Não tem o perfil ideal”.