"Estas eleições não são uma segunda volta das legislativas", disse Marta Temido no debate na rádio, enquanto Sebastião Bugalho defendeu que o resultado destas eleições não pode “pôr em causa a estabilidade política do país”
A candidata socialista Marta Temido afirmou esta segunda-feira esperar a presença do antigo primeiro-ministro, António Costa, na campanha eleitoral, explicando que tem havido “questões de agenda difíceis de gerir”.
Questionada sobre se um mau resultado nestas eleições, depois da derrota nas legislativas, devem levar a repensar a liderança do partido, Marta Temido disse apenas que o PS não está a trabalhar para perder, nem está “nada preparado para isso”. “Estas eleições não são uma segunda volta das legislativas, nem são umas primárias de uma outra coisa qualquer. São umas eleições com um valor essencial para a vida dos portugueses e dos europeus”, defendeu a candida no debate na rádio com os cabeças de lista dos partidos com representação parlamentar concorrentes às eleições europeias.
O candidato da AD, Sebastião Bugalho, defendeu que o resultado destas eleições não pode “pôr em causa a estabilidade política do país” e que o debate que está a ser feito é da “Europa pela Europa”. “Não vamos pôr em causa o interesse nacional nem a estabilidade política por causa destas eleições europeias”, acrescentou
O cabeça de lista da AD frisou ainda que o voto na sua candidatura é, para os eleitores, “um voto seguro” e “numa certeza”.” “É um voto que diz, não vamos voltar para trás, não vamos andar para trás”, sublinhou.
O Chega, por António Tânger Correia, admitiu neste debate que o “principal adversário” do partido nestas eleições é AD e deixou novamente em aberto as opções do Chega relativamente à família europeia com quem se sentarão no Parlamento Europeu. “Há movimentações para fazer outro tipo de bloco, há movimentações para juntar blocos, há várias movimentações em vários sentidos. O que é que nós, neste momento, estamos a fazer? Nós, neste momento, estamos a analisar com muito cuidado todas essas movimentações”, sublinhou o cabeça de lista do Chega.
João Cotrim de Figueiredo, candidato da Iniciativa Liberal, recusou a leitura de que um bom resultado nestas eleições são negativas para a imagem do líder do partido, Rui Rocha, relembrando que, apesar de ter “parte do mérito do que vier a correr bem”, a sua candidatura beneficia das “condições todas” que o partido lhe deu e sem as quais “não conseguiria fazer nada”.
João Oliveira, da CDU, afirmou que o partido fará uma “avaliação em função do resultado” que conseguir nestas eleições, sublinhando que esta é “uma batalha” que está a ser travada pelos comunistas de “norte a sul do país”. “É preciso no Parlamento Europeu quem tenha uma voz em defesa da política que faz falta no país”, defendeu.
A cabeça de lista do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, recusou atribuir responsabilidades individuais no caso de um mau resultado dos bloquistas, sublinhando que o partido é um coletivo. Defendeu também que estas eleições diferem das últimas legislativas, uma vez que por haver um círculo único, “não há voto útil” e “as pessoas elegem o representante que querem ver defendê-las”.
O Livre, por Francisco Paupério, reafirmou o apoio de Rui Tavares à sua candidatura, sublinhando todo o trabalho conjunto dentro do partido desde a sua vitória nas eleições primárias. Defendeu que a responsabilidade sobre o resultado é sua “se perder e do Livre se ganhar”.
Pedro Fidalgo Marques, do PAN, defendeu que nestas eleições “não faz sentido haver um voto útil”, apelando aos ativistas da causa animal e da proteção animal a voltarem na sua candidatura para consolidar a presença do seu partido.