Universidade de Brown segue o MIT e rejeita acordo com Administração Trump

Agência Lusa , AM
16 out, 06:38
Universidade de Brown (AP)

Brown torna-se assim a segunda, de nove universidades às quais foi apresentada a 'Parceria para a Excelência Académica no Ensino Superior', a rejeitar aquela proposta

A Universidade de Brown, em Rhode Island, juntou-se ao Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) ao rejeitar a oferta do Governo de Donald Trump, que lhe teria dado acesso favorável a fundos federais embora em troca tivesse de cumprir certos requisitos da Casa Branca.

Brown torna-se assim a segunda, de nove universidades às quais foi apresentada a 'Parceria para a Excelência Académica no Ensino Superior', a rejeitar aquela proposta, que exige em troca que aqueles estabelecimentos de ensino universitário limitem o número de estudantes internacionais e restrinjam a liberdade de expressão, entre outras medidas.

A presidente da universidade de Brown, Christina H. Paxson, escreveu à secretária federal da Educação, Linda E. McMahon, e a outras autoridades, sobre a decisão da instituição, esclarecendo que as disposições da parceria, que restringem a liberdade académica e prejudicam a autonomia, impediriam a Universidade de cumprir a sua missão.

"Preocupa-me que a parceria, pela sua natureza e por várias disposições, restrinja a liberdade académica ao minar a autonomia do governo Brown, comprometendo seriamente a nossa capacidade de cumprir nossa missão", afirmou Paxson na carta, enviada na quarta-feira. Ele lembrou que, em 30 de julho, Brown assinou um acordo de assentamento voluntário com o governo que promove vários dos princípios articulados no pacto, "mantendo os princípios básicos de liberdade académica e autogoverno que sustentaram a excelência do ensino superior americano ao longo de gerações".

Paxson referiu-se a um acordo para restaurar 50 milhões de dólares (42,9 milhões de euros) em financiamento de pesquisa para a universidade, encerrando as investigações federais da universidade, após a ameaça do governo de congelar 510 milhões de dólares (437,8 milhões de euros) em financiamento.

Na semana passada, o MIT foi o primeiro a rejeitar a proposta do governo Trump, citando também preocupações com a liberdade de expressão.

No princípio deste mês, várias universidades receberam o 'Pacto para a Excelência Académica no Ensino Superior': o MIT, a Universidade do Arizona, a Universidade Brown, o Dartmouth College, a Universidade da Pensilvânia, a Universidade do Texas, a Universidade do Sul da Califórnia, a Universidade da Virginia e a Universidade de Vanderbilt.

"A minha decisão de não participar no pacto coincide com a opinião da grande maioria das partes interessadas da Brown. A comunidade da Brown continuará focada em cumprir os compromissos estabelecidos no acordo de 30 de julho e nos valores académicos fundamentais", afirmou a presidente na sua carta.

A responsável reafirmou a sua firme convicção de que as universidades americanas "são uma pedra angular da inovação, do crescimento, da prosperidade e da segurança nacional". "A Brown está comprometida em manter a excelência das universidades do nosso país", reiterou.

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