NASAMS. EUA entregam à Ucrânia sistema de mísseis que protege a Casa Branca

8 jul 2022, 20:06
Sistema de mísseis NASAMS (D.R.)

O envio deste sistema de mísseis - cerca de um mês depois do envio do sistema HIMARS - mostra como os Estados Unidos estão empenhados em ajudar os ucranianos a ganhar a guerra

Os Estados Unidos preparam-se para entregar à Ucrânia sistemas de mísseis antiaéreos de médio alcance NASAMS, os mesmos que protegem a Casa Branca, o Congresso, o Pentágono e a sede da CIA. 

Este sistema é fabricado em conjunto pela Noruega e pelos Estados Unidos, têm um alcance máximo de 50 quilómetros e uma altitude máxima de 21 quilómetros. Além dos Estados Unidos, também Noruega, Finlândia, Espanha, Países Baixos, Omã, Lituânia, Indonésia, Austrália, Catar, Hungria e um outro país que optou pelo anonimato escolheram o NASAMS para a defesa nacional.

O envio deste sistema de mísseis - cerca de um mês depois do envio do HIMARS [Sistema de Foguetes de Artilharia de Grande Mobilidade] - mostra como os Estados Unidos estão empenhados em ajudar os ucranianos a combater no terreno. Até ao momento, os Estados Unidos foram a única democracia a enviar sistemas de mísseis antiaéreos sofisticados para a Ucrânia, de acordo com o El Mundo.

Além disso, esta ajuda está carregada de simbolismo, tendo em conta que os NASAMS foram implementados pela primeira vez em Washington, em janeiro de 2005, para proteger a tomada de posse de George W. Bush após a sua reeleição para a presidência. A partir de então, estes sistemas são considerados parte de um escudo defensivo da capital norte-americana, que inclui o sistema de mísseis Patriot, com um alcance superior a 150 quilómetros, e o sistema antiaéreo portátil FIM-92 Stinger, além dos caças F-16 da Força Aérea e da Guarda Nacional.

Além disso, esta ajuda significa um passo decisivo para a integração da Ucrânia nos sistemas de defesa do Ocidente, especialmente da NATO. Até agora, à exceção do sistema Stingers, a defesa antiaérea ucraniana assentava sobretudo na herança soviética. Deste modo, o sistema de mísseis NASAMS marca também a tecnologia da NATO na Ucrânia.

As mudanças na frente de combate

Mas o principal efeito destes sistemas antiaéreos será visto no campo de batalha. A administração de Joe Biden estima que o sistema de mísseis NASAMS será capaz de abater os mísseis de cruzeiro 3M-54 Kalibr e Kh-22, dos quais a Rússia depende cada vez mais para bombardear infraestruturas no território ucraniano - especialmente pontes, estradas e ferrovias. O novo sistema de mísseis também poderá ajudar a encerrar o espaço aéreo ucraniano aos aviões russos. Isto porque praticamente todos as aeronaves russas são alvos relativamente fáceis destes mísseis.

O envio deste sistema de mísseis poderá, assim, contribuir para uma mudança das operações no terreno. Se a Ucrânia conseguir utilizar mísseis antiaéreos de forma eficaz e continuar a receber mais dos seus aliados, poderá proteger a sua produção agrícola e travar os avanços dos russos. 

Para já, esta ajuda é considerada insuficiente para proteger a Ucrânia, mas é provável que, se as tropas de Kiev demonstrarem ser capazes de utilizar essas armas, os EUA continuem a enviá-las, tal como já aconteceu com o sistema de mísseis HIMARS.

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