Rússia está a preparar pretexto para invadir Ucrânia, alerta responsável norte-americano sob anonimato

Agência Lusa , BCE
14 jan 2022, 23:04
Moscovo (EPA)

Serviços secretos norte-americanos determinaram que Moscovo já enviou para o leste ucraniano agentes treinados em guerrilha urbana que poderão usar explosivos para perpetrar atos de sabotagem contra as próprias forças russas e imputar à Ucrânia a respetiva autoria, para o caso de o presidente russo, Vladimir Putin, decidir ir em frente com a invasão, revelou a mesma fonte

A administração Biden descobriu que a Rússia está a criar um pretexto para invadir a Ucrânia e que já tem agentes pré-posicionados para levarem a cabo uma “operação de bandeira falsa” no leste ucraniano, alertou esta sexta-feira um responsável norte-americano, sob anonimato.

Os Estados Unidos acreditam que Moscovo está também a preparar o terreno, através de uma campanha de desinformação nas redes sociais, para apresentar a Ucrânia como um agressor que tem estado a organizar um ataque iminente contra as forças russas naquela região, de acordo com este responsável, citado pela agência de notícias norte-americana Associated Press (AP).

Os serviços secretos norte-americanos determinaram que a Rússia já enviou para o leste da Ucrânia agentes treinados em guerrilha urbana que poderão usar explosivos para perpetrar atos de sabotagem contra as próprias forças russas e imputar à Ucrânia a respetiva autoria, para o caso de o presidente russo, Vladimir Putin, decidir ir em frente com a invasão, revelou a mesma fonte.

O responsável não forneceu pormenores sobre como os serviços secretos chegaram a esta conclusão ou quanta confiança têm nessa interpretação da informação obtida.

Na quinta-feira, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, tinha afirmado que os serviços secretos norte-americanos não determinaram que os russos – que concentraram cerca de 100.000 soldados junto à fronteira ucraniana – decidiram definitivamente proceder a uma ação militar na Ucrânia, mas que estão a “preparar o terreno” para o caso de Putin decidir que é isso que quer fazer.

Sullivan indicou que se trata de uma estratégia semelhante à adotada pelo Kremlin no período que antecedeu, em 2014, a anexação pela Rússia da Crimeia, a península do mar Negro que era território ucraniano desde 1954.

A crise da Crimeia ocorreu numa altura em que a Ucrânia procurava fortalecer cada vez mais as suas relações com a Europa e o Ocidente, como atualmente acontece, e depois de Moscovo intensificar a propaganda de que a comunidade russa do leste da Ucrânia estava a ser oprimida pelas autoridades de Kiev.

Esta sexta-feira, o Kremlin já reagiu, rejeitando as acusações “gratuitas” norte-americanas de que a Rússia terá “pré-posicionado” agentes na Ucrânia para realizar operações de sabotagem destinadas a servir de “pretexto para uma invasão” russa.

“Até agora, todas essas declarações foram gratuitas e não assentaram em qualquer prova”, declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, à agência oficial TASS.

 

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