Vacina da Pfizer protege crianças e adolescentes contra síndrome inflamatória multissistémica, garante CDC

CNN Portugal , DCT
8 jan 2022, 16:52
Vacina contra a covid-19. Foto: AP

De acordo com um recente relatório do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, duas doses da vacina da Pfizer/BioNTech são altamente protetoras contra esta complicação grave. Mas ainda é preciso saber o impacto que a Ómicron poderá ter

A toma de duas doses da vacina da Pfizer/BioNTech mostrou ser eficaz contra a prevenção da síndrome inflamatória multissistémica pediátrica (MISC-C), condição rara que tem vindo a ser associada à infeção por SARS-CoV-2 em crianças e adolescentes.

A informação foi avançada num recente relatório do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), que dá conta de uma taxa de eficácia de 91% em crianças dos 12 aos 18 anos, avança a Reuters.

A síndrome inflamatória multissistémica é uma patologia cardíaca “mais comum do que a miocardite” e “muito frequente” em crianças dos cinco aos 11 anos, explicou à CNN Portugal Maria João Baptista, cardiologista pediátrica do Centro Hospitalar Universitário São João (Porto). Esta condição “ocorre por infecção pelo SARS-CoV-2”.

Trata-se de uma síndrome inflamatória rara, “cuja fisiopatologia e fatores de risco não estão ainda completamente estabelecidos”, escrevem os peritos responsáveis pelo parecer técnico de vacinação das crianças em Portugal, que colocaram também esta doença na curta lista daquelas que podem impedir a vacinação imediata das crianças.

O que diz o relatório da CDC

Segundo o estudo, que teve por base 283 crianças e adolescentes entre os 12 e os 18 anos que estiveram hospitalizados entre julho e dezembro de 2021, os pacientes que necessitaram de suporte de vida não estavam ainda vacinados.

Na altura, destaca o relatório do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças, era a variante Delta a dominante, permanecendo dúvidas quanto à eficácia da vacina perante a variante Ómicron, que é já dominante um pouco por todo o mundo e causou um aumento considerável de novos casos de infeção. A 4 de janeiro os EUA registaram o recorde mundial de um milhão de infeções num dia.

Uma outra limitação do estudo está no facto de excluir crianças dos cinco aos 11 anos, mais propensas a esta síndrome rara após a infeção.

As duas doses da vacina da Pfizer não produzem a resposta imunitária esperada nas crianças dos dois aos cinco anos, pelo que será adicionada uma terceira dose ao regime de vacinação nos ensaios da farmacêutica, anunciou, no final de 2021, a farmacêutica.

Veja também o vídeo: Será a vacina segura prara as crianças? Dados científicos são claros, diz a infeciologista pediátrica Maria João Brito

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