Estoril-Vizela, 2-2 (reportagem)
Álvaro Pacheco, treinador do Estoril, em conferência de imprensa, depois do empate cedido, em casa, no final do jogo com o Vizela (2-2), em jogo da 6.ª jornada da Liga:
Sistema de três centrais? Veio para ficar?
- Aquilo que posso dizer, é que fizemos a alteração e a resposta foi muito positiva. Em relação ao jogo com o Gil Vicente a equipa esteve mais consistente, mais compacta. Para o crescimento da equipa, o desafio era melhorar em termos defensivos, sem perder a nossa grande arma que é, com bola, fazer golos. Pelo aquilo que foi produzido pelas duas equipas, o Estoril merecia ganhar claramente. Tivemos muitas oportunidades de golo. Na segunda parte melhorámos o nosso jogo posicional com os médios. Tivemos oportunidades para marcar o 2-0 ou o 3-1 que nos daria mais tranquilidade, mas esse golo não apareceu. O Vizela começou com um jogo muito mais direto, mas mesmo assim, não teve muitas oportunidades. Foi feliz numa bola parada, no último lance do jogo. O que a minha equipa produziu, pelo que fez hoje aqui, merecia claramente os três pontos. Defensivamente vai ser este o caminho, porque este sistema dá-nos tranquilidade para crescermos.
O Estoril marca mais dois golos e chega aos doze, mas falhou muitas oportunidades. Foi também por aí que não ganhou hoje?
- Sim, também foi por aí. Pelas oportunidades que criámos, pelo caudal ofensivo que tivemos, devíamos ter ganho. Houve lances que podiam ter sido melhor decididos da nossa parte, podíamos estar aqui a falar de outro resultado. Mas o resultado às vezes influencia o que é a nossa decisão. A equipa tem vindo a crescer pelos golos que marca e estou convencido que, daqui para a frente, a equipa vai estar mais sólida em termos defensivos.
O Estoril durou apenas 90 minutos?
- É evidente que as incidências durante o jogo levam um bocadinho a uma desconfiança, um nervosismo para que isso possa acontecer. Mas olhando para os últimos minutos, o Estoril conseguiu aguentar o Vizela que não teve muitas oportunidades. O lance final é um lance fortuito, a bola bate na cabeça e entra. Acho que no futebol, a sorte dá muito trabalho, mas hoje faltou ao Estoril uma pontinha de sorte. Não aconteceu, estamos tristes, estamos frustrados, mas estamos confiantes para o resto do campeonato. Quem vê o Estoril, vê bom futebol e vê a equipa a crescer.
Três jogos a sofrer golos. Frustração no balneário?
- É evidente que os jogadores estão tristes, estão cabisbaixos. A vida é mesmo assim, temos de a enfrentar com realidade e perceber o que temos de fazer. É esse o trabalho que faço. A equipa tem capacidade e qualidade. Temos agora que esquecer este jogo e preparar os próximos que são fundamentais.
Não estranha estar a falar do Vizela como adversário?
É muito estranho, vou admitir, O Vizela, a cidade de Vizela, a ligação que criámos ali vai ficar para a vida, para a história, ninguém a vai apagar, mas também sei onde é que estou. É evidente que tem um efeito muito grande em mim. Vou ter sempre um carinho pelo Vizela, mas agora estou focado aqui no Estoril.
O presidente do Vizela esteve à sua espera para lhe dar um abraço…
- Foi a história que criámos que fica para o resto da vida. É uma relação que vai ficar. É assim a vida.