Evolução da indústria automóvel em 2023

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15 mai 2023, 14:36

O Fórum Automóvel, uma parceria entre CNN Portugal e Standvirtual, promoveu mais uma conversa conduzida por Sara Sousa Pinto com as participações de Nuno Castel-Branco, diretor-geral da Standvirtual, Aira de Mello, diretora de marketing da Volvo Portugal, e João Seabra, diretor-geral da Kia Portugal.

https://www.standvirtual.com/O tema central da segunda CNN TALKS incide sobre as tendências do setor automóvel para 2023. O que podemos esperar?

Após um período difícil de pandemia, e o início da guerra na Ucrânia, a indústria automóvel conseguiu transformar-se e a produção de veículos automóveis cresceu aproximadamente 30% no primeiro trimestre do ano face ao período homólogo, segundo dados divulgados pela ACAP – Associação Automóvel de Portugal. O novo ano parece trazer uma estagnação no valor dos automóveis em segunda mão, mas os veículos novos continuarão a ter prazos de entrega superiores aos normais.

Nuno Castel-Branco recorre aos dados recolhidos pelo Standvirtual para mostrar que, embora existam ainda poucos veículos elétricos usados no mercado, este é o segmento que tem uma procura mais desproporcionada face à oferta. "Tendo em conta que os automóveis elétricos novos ainda são relativamente poucos nas estradas, em comparação com os de combustão, e que será preciso aguardar alguns anos até que comecem a chegar ao mercado de usados em maior quantidade, a adoção da eletrificação pelos consumidores de usados ainda tem um longo caminho pela frente”.

Se, por um lado, o preço dos automóveis em segunda mão deverá estabilizar com mais oferta e algum abrandamento na procura, também nos veículos novos poderá assistir-se a uma diminuição dos prazos de entrega, ainda que superiores aos normais, como é o caso da Volvo Cars.

“O setor passou por momentos complicados com a pandemia, seguiu-se a crise dos semicondutores e depois a guerra que se mantém na Ucrânia. De facto, os tempos de espera e de produção atingiram prazos nunca antes registados na história da indústria automóvel. É transversal a todas as marcas e não conseguimos controlar mas não é expectável que uma pessoa esteja nove meses à espera do seu novo automóvel” afirma Aira de Mello, diretora de marketing da fabricante sueca.

João Seabra, diretor-geral da Kia Portugal, alerta que se em 2022 assistimos a falhas na produção global de novos automóveis, em 2023 o setor vai continuar a enfrentar desafios embora considere melhorias em alguns aspetos.  “Estamos contentes por finalmente ter carros para entregar aos clientes mas não vemos uma dinâmica de mercado neste momento. Este crescimento do mercado no início do ano deve-se a muitas vendas do ano passado. Temos o feedback dos nossos concessionários que tem havido uma desaceleração de novos negócios e contratos o que é natural atendendo à economia em geral, e a nossa indústria reage imediatamente”.

Sara Sousa Pinto, João Seabra, Aira de Mello, Nuno Castel-Branco


As principais tendências do setor automóvel

Para dar resposta à rápida transição energética imposta por Bruxelas, que quer acabar com os carros com motor de combustão interna até 2035, o Centro de Produção de Mangualde do grupo automóvel Stellantis, vai investir mais de 30 mil milhões de euros até 2025 em eletrificação e software para oferecer veículos elétricos. Torna-se assim, na primeira fábrica em Portugal a produzir carros totalmente elétricos, para os mercados doméstico e de exportação e serão quatro os modelos a eletrificar em Mangualde: o Citroën ë-Berlingo, o Peugeot e-Partner, o Opel Combo-e e o Fiate-Doblò.

Nuno Castel-Branco não tem dúvidas que Portugal está "no pelotão da frente para vencer este desafio" e acrescenta que é expectável que se assista à entrada de novos parceiros e concorrentes, nomeadamente chineses.

A fabricante sueca considera que esta é uma oportunidade para democratizar o mercado e dar a oportunidade a todas as pessoas de adquirirem um automóvel eletrificado. “Nós Volvo trabalhamos nesse sentido há muito tempo porque acreditamos que a eletrificação é a forma de fazermos a transição para um futuro melhor e mais sustentável. Não sentimos em vendas a presença de novas marcas” conclui Aira de Mello, confiante nos números registados no primeiro trimestre do ano com uma taxa de 83% com o Volvo XC40 Recharge 100% elétrico, sendo o modelo mais vendido pela marca no País.

João Seabra, explica como a Kia está a reinventar-se para acompanhar a transformação do setor automóvel ambicionando chegar à liderança do mercado.  “Nós Kia entrámos no mercado há pouco tempo e tivemos de concorrer com as marcas estabelecidas. Conquistámos o nosso mercado, a nossa posição e queremos ser líderes na eletrificação na Europa”. Um objetivo ambicioso, mas atento à concorrência. “Vamos proteger o planeta e vamos estar atentos à entrada dos chineses. Quando for preciso lutar em preço nenhuma marca vai dar de mão beijada o seu mercado. Não vai dar para todos”.

Incentivo do Governo

O Governo deu luz verde aos apoios relacionados com a mobilidade elétrica através do Fundo Ambiental. Em linha com o valor disponibilizado em 2022, o montante alocado aos incentivos à compra de carro elétrico ronda os 10 milhões de euros. Desde a criação destes incentivos, em 2017, a atribuição destes apoios está sujeita a um limite de candidaturas por categoria e um valor máximo destinado a cada tipo de incentivo. Se comprar um automóvel ligeiro de passageiros novo 100% elétrico em 2023, pode candidatar-se ao incentivo do Estado no valor de 4000 euros, até 30 de novembro deste ano.

Nuno Castel-Branco, não tem dúvidas que esta medida contribui para o desenvolvimento do mercado. “Sem este esforço político os elétricos não teriam avançado tanto e estaríamos tradicionalmente mais dependentes do automóvel a combustão. Esta medida é um impulso importante para esta mudança”. 
 

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