Legisladores temem os efeitos de mais 3 biliões de euros na dívida dos Estados Unidos
O Senado dos Estados Unidos aprovou esta terça-feira o grande pacote de redução de impostos de Donald Trump, mas foi preciso o desempate do vice-presidente, JD Vance, para fazer passar o projeto, já que se registou um empate 50-50 entre os 100 senadores, mesmo que os republicanos estivessem em maioria.
É a "big, beautiful bill" ("grande, linda lei", na tradução livre) do presidente norte-americano, que faz vários legisladores temerem pelo futuro da estabilidade financeira do país, já que se espera que a dívida dos Estados Unidos possa crescer em 3,3 biliões de dólares (quase 3 biliões de euros).
Trata-se de um grande pacote legislativo que se espera poder vir a abrir portas para que o governo norte-americano seja capaz de aplicar várias prioridades de Donald Trump.
A lei tem agora de regressar à Câmara dos Representantes para aprovação final, sendo que o presidente norte-americano tem exercido pressão no sentido de ter uma decisão final (na sua ótica favorável, claro) até ao Dia da Independência, o feriado do 4 de Julho.
Esperam-se horas intensas para que esse prazo se cumpra, com centenas de congressistas de olhos postos num documento de 940 páginas.
Os republicanos estão em maioria na Câmara dos Representantes, pelo que seria de esperar uma aprovação. O problema é que também estavam em maioria no Senado e foi o que se viu.
Angus King, eleito pelo Maine, foi um dos três senadores republicanos a votar contra a proposta. No fim, e apesar de ser conhecido pela sua postura moderada, acabou a gritar com os colegas do partido.
"Que vergonha para vocês. Foi a votação mais nojenta que já vi na minha vida", afirmou em voz suficientemente alta para poder ser ouvido pelos repórteres na galeria acima, de acordo com relatos da CNN.
Alheio a esta opinião, Donald Trump já veio afirmar que a aprovação da lei no Senado é "música para os meus ouvidos".
Transferida para a Câmara dos Representantes, esta lei pode encontrar também ali alguma dificuldade. O Partido Republicano tem maioria (220 contra 212), mas se houver legisladores a fazerem o mesmo que os três senadores republicanos, as ideias de Donald Trump podem sofrer um revés.