"As ameaças irresponsáveis de uso nuclear" não podem passar disso mesmo: nisso China e EUA dizem estar de acordo. Mas há um compromisso "de ferro" que levanta problemas entre ambos

14 nov 2022, 14:21
Xi Jinping e Joe Biden, Cimeira de Bali (AP Photo/Alex Brandon)

Presidentes de cada um dos países reuniram-se esta segunda-feira. Está combinado novo encontro entre as partes mas a um nível menos presidencial. O maior problema entre Biden e Xi é mesmo Taiwan e a ainda os "aliados indopacíficos" dos EUA

O encontro entre Joe Biden e Xi Jinping terminou pelas 20:48 de Bali (12:48 em Portugal continental), avança a rede televisiva chinesa CCTV. A reunião teve início às 17:41, hora local (09:41 em Portugal Continental), e prolongou-se por mais de três horas. A Casa Branca foi a primeira parte a pronunciar-se sobre a reunião, garantindo que ambos os presidentes "falaram francamente sobre as suas respetivas prioridades e intenções em relação a uma série de questões". 

De acordo com a leitura da reunião, sumarizada pela CNN Internacional, entre estas questões incluem-se possíveis áreas de cooperação, como alterações climáticas, mas também temas frequentemente alvo de discórdia, como "questões de direitos humanos, incluindo Xinjiang, Tibete e Hong Kong".

A questão de Taiwan foi também abordada e Joe Biden terá frisado "que os Estados Unidos se opõem a quaisquer mudanças unilaterais ao status quo por qualquer um dos lados". "O mundo tem interesse na manutenção da paz e da estabilidade no Estreito de Taiwan", terá reforçado o presidente norte-americano.

Joe Biden, continua o documento, "levantou objeções da parte dos Estados Unidos para as ações crescentemente agressivas e coercivas por parte da República Popular da China contra Taiwan, que abalam a paz e a estabilidade em todo o Estreito de Taiwan e que põem em risco a prosperidade global". 

"O Presidente Biden explicou que os Estados Unidos vão continuar a competir vigorosamente com a China" através do reforço de "fontes de poder" e do alinhamento de esforços e objetivos com "aliados e parceiros ao redor do mundo", assevera a leitura da reunião.

A invasão da Ucrânia foi também tema entre os dois líderes, que encontraram consenso num ponto essencial: uma guerra nuclear seria uma derrota para todos. 

"O Presidente Biden falou sobre a guerra brutal da Rússia contra a Ucrânia e as ameaças irresponsáveis de uso nuclear. O Presidente Biden e o Presidente Xi reiteraram concordar que uma guerra nuclear nunca deveria ser travada nem nunca poderia ser vencida e sublinharam a sua oposição ao uso ou ameaça de armas nucleares na Ucrânia", disse a Casa Branca. 

O presidente norte-americano mostrou-se também preocupado com o "comportamento provocatório da Coreia do Norte, notando que "todos os membros da comunidade internacional têm interesse em encorajar a República Popular Democrática da Coreia a agir responsavelmente" e salientando o compromisso "de ferro" dos Estados Unidos em defender os "aliados indopacíficos".  

Ficou ainda estabelecido que Antony Blinken, o secretário de Estado dos Estados Unidos, visitará a China para dar seguimento à discussão iniciada esta segunda-feira, na Indonésia. A data deste encontro não foi ainda anunciada. 

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