Biden e Xi Jinping juntos em Bali comprometem-se a evitar conflitos: "Precisamos de traçar o caminho certo para esta relação"

14 nov 2022, 11:13

O encontro de Joe Biden e Xi Jinping na cimeira do G20, na Indonésia, começou com um aperto de mão entre os dois líderes - o primeiro desde que o presidente norte-americano foi eleito, há quase dois anos. "É bom vê-lo", cumprimentou Xi Jinping, recorrendo a um tradutor para falar com Biden, com as bandeiras da China e dos Estados Unidos da América como plano de fundo.

A reunião começou pouco depois: os dois líderes sentaram-se em mesas paralelas, rodeados por membros dos respetivos governos - e destacaram-se por serem os únicos elementos na sala que optaram por não usar máscara. Do lado dos Estados Unidos, incluíam-se na delegação o secretário de Estado Antony Blinken, a secretária do Tesouro Janet Yellen e o embaixador dos Estados Unidos em Pequim, Nicolas Burns. Xi, por sua vez, estava acompanhado por figuras como Ding Xuexiang, da cúpula do Partido Comunista, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, e He Lifeng, que deverá substituir Liu He como vice-primeiro-ministro para os Assuntos Económicos.

 

As delegações dos EUA e China reunidas em Bali, Xi Jinping e Biden sem máscaras (Saul Loeb/AFP via Getty Images)

"Estou empenhando em manter as linhas de comunicação abertas não só entre ambos, mas também entre os nossos governos em geral, porque os nossos países têm tantas coisas com as quais temos oportunidade de lidar", começou Biden, dirigindo-se ao homólogo. "Partilhamos a responsabilidade de mostrar que a China e os Estados Unidos conseguem conciliar as suas diferenças, impedir que a competição se aproxime, sequer, do conflito, e encontrar novas formas de trabalhar juntos em questões urgentes e globais que requerem a nossa cooperação mútua", acrescentou.

O líder chinês falou de seguida, realçando que as atenções mundiais estão centradas nesta cimeira histórica. Através de um tradutor, Xi Jinping reconheceu que a atual relação entre os Estados Unidos contraria "aquele que é o interesse fundamental dos dois países, dos dois povos" e de toda a comunidade internacional. 

"Como líderes de duas potências mundiais, precisamos de traçar o caminho certo para que esta relação. Precisamos de encontrar a direção certa para avançarmos e melhorarmos esta relação bilateral", acrescentou, sublinhando a imperiosidade de corresponder às expetativas mundiais através de uma conversa "franca e profunda". 

"O nosso encontro atraiu a atenção de todo o mundo, pelo que é necessário colaborar com todos os países para trazer mais esperança de paz mundial, uma maior confiança à estabilidade global e um forte impulso ao desenvolvimento comum", declarou Xi Jinping. 

Findos os discursos e as formalidades iniciais, a comunicação social foi convidada a abandonar a sala e os dois líderes ficaram a sós com as respetivas delegações. As conversações entre os representantes das duas superpotências ainda estão a decorrer, perante a crescente especulação no exterior. A CNN Internacional escreve que "as expetativas para esta reunião são baixas", por o encontro ocorrer num contexto de forte tensão em que os dois países parecem "discordar em todas as grandes questões": desde as medidas de combate à pandemia de covid-19 à invasão russa da Ucrânia, passando pela inevitável questão de Taiwan. "Talvez o único ponto em comum das duas partes seja uma esperança limitada do que poderá resultar desta reunião", escreve a CNN.

No exterior, já terão ocorrido alguns momentos de tensão. De acordo com o New York Times, um repórter norte-americano terá sido empurrado por um segurança chinês após ter perguntado a Joe Biden se tencionava discutir questões relacionadas com "direitos humanos" durante o encontro. Segundo a mesma fonte, dois membros representativos da Casa Branca terão intervindo a favor do jornalista. 

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