Ex-militar irlandesa condenada a 15 meses de prisão por ter aderido ao Estado Islâmico

Agência Lusa , CV
22 jul 2022, 20:26
Familiares de soldados do Estado Islâmico na Síria (AP)

Em maio, Lisa já tinha sido condenada pelo crime de pertença a uma organização terrorista, no período entre 2015 e 2019

Uma antiga militar irlandesa foi esta sexta-feira condenada a 15 meses de prisão por se ter juntado ao grupo 'jihadista' Estado islâmico na Síria.

Lisa Smith, de 40 anos, compareceu esta sexta-feira em tribunal para ouvir a sentença de 15 meses de prisão, depois de ter sido condenada em maio pelo crime de pertença a uma organização terrorista, no período entre 2015 e 2019.

Segundo o juiz Tony Hunt, a condenada, que deixou o exército em 2011, tinha um baixo risco de reincidência, apesar de não ter demonstrado qualquer arrependimento do crime cometido.

Smith, a primeira pessoa a ser julgada na Irlanda por cometer um ato terrorista no estrangeiro, enfrentava oito anos de prisão, porém a defesa argumentou que a detida não devia ser condenada por ter estado anteriormente presa em campos na Síria.

O seu advogado, Michael O’Higgins, também pediu ao tribunal que libertasse Smith sob fiança, argumentado que o seu estado psicológico é “perturbado” e “vulnerável”, como resultado das condições “terríveis” que viveu com a filha na Síria.

De acordo com O’Higgins, os abusos nestes campos eram recorrentes, tendo chegado a registar-se casos de outros membros detidos a incendiar as próprias tendas, o que muitas vezes resultou na morte dos mesmos.

O advogado explicou ainda que nestas instalações Smith tinha de cumprir um recolher obrigatório diário de 13 horas.

A mulher, que compareceu em tribunal vestida com um 'hijab' (véu) preto, acabou absolvida das acusações de financiar uma organização terrorista relativamente a uma doação de 800 euros que, segundo ela, eram destinados a fins humanitários.

Em 2012, Lisa Smith fez uma peregrinação a Meca e expressou no Facebook querer viver sob a lei da Sharia e a intenção de morrer como mártir.

Desta forma, Smith foi acusada de se juntar ao Estado islâmico, de se mudar para Raqa, numa zona da Síria então controlada pelo grupo jihadista, e de se casar com um britânico que também participou em patrulhas armadas organizadas pelos extremistas.

Em 2019, regressaria à capital irlandesa depois da queda do último reduto do Estado Islâmico e foi presa à chegada ao aeroporto de Dublin, acompanhada da filha.

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