Estádio de Espinho pode vir a custar 13 milhões de euros

24 mar 2023, 12:48
Maquete do Estádio Municipal de Espinho (CM Espinho)

Necessidade de corrigir aspetos da obra com trabalhos suplementares justifica os valores

A presidente da Câmara de Espinho, Maria Manuel Cruz, adiantou esta sexta-feira, que o estádio municipal pode custar até 13 milhões de euros e que o respetivo processo será remetido ao Ministério Público, na sequência de averiguações motivadas pelas suspeitas de corrupção envolvendo dois antecessores.

A autarca socialista revelou detalhes sobre a auditoria independente encomendada para análise da empreitada do Estádio Municipal, que, destinando-se a funcionar como sede do Sporting Clube de Espinho, foi adjudicado por 4,5 milhões de euros em 2020, no mandato do social-democrata Joaquim Pinto Moreira, e afinal, devido a trabalhos suplementares de vária ordem, pode vir a custar muito mais.

«Perante os dados que temos neste momento, a obra poderá facilmente atingir valores totais entre os nove e os 13 milhões de euros, quando foi publicamente anunciada [na fase inicial do processo, em 2018] por apenas 2,5 milhões», declarou a autarca que, a 16 de janeiro, sucedeu a Miguel Reis, entretanto detido e em prisão preventiva.

Maria Manuel Cruz não rejeita que é do interesse municipal construir o estádio, mas, tendo em conta a que os valores já se antecipam como demasiado próximos dos máximos legais permitidos pela contratação pública, avisa que «qualquer decisão sobre o futuro da empreitada ficará condicionada àquilo que vierem a ser as conclusões da auditoria».

«Por estarem reunidos dados suficientes que indiciam práticas lesivas do erário público, todo o processo do Estádio Municipal de Espinho será remetido ao Tribunal de Contas e ao Ministério Público.»

Entre as alegadas irregularidades incluem-se situações como o facto de o projeto arquitetónico para o novo equipamento desportivo da cidade ter sido anunciado como apto a cumprir os requisitos exigidos pela Liga para jogos de alta competição e, posteriormente, ter sido alterado, com «a retirada do sistema de iluminação e a cobertura de três bancadas».

Segundo Maria Manuel Cruz, a empreitada em curso também não contempla o arranjo da envolvente nem o acesso viário até ao local a partir da Nave Desportiva, sendo que a própria rede de águas pluviais do estádio «não é compatível com as infraestruturas existentes na vida pública».

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