Fiscal considerou que os insultos duraram pouco tempo e, por isso, não podem constituir crime
O Ministério Público de Madrid arquivou a denúncia apresentada pelos cânticos racistas contra o jogador brasileiro do Real Madrid Vinicius Jr., que apesar de «desagradáveis» só «duraram uns segundos», não constituindo, por isso, delito.
Segundo a Fiscalía, os cânticos proferidos a 21 de setembro por adeptos do Atlético de Madrid, durante o dérbi da capital espanhola, são «desagradáveis e desrespeitosos», mas, tendo sido proferidos num contexto de «máxima rivalidade» e tendo durado pouco tempo, não podem constituir crime.
O Ministério Público tinha acordado abrir diligência dias depois dos insultos, denunciados pelo clube, pelo jogador e por várias instituições do desporto e sociedade espanholas, incluindo o chefe do Governo, Pedro Sánchez.
O fiscal responsável concluiu, meses volvidos, que estes cânticos se juntaram a outras expressões insultuosas, e por isso não atentam especificamente «contra a dignidade» do avançado brasileiro que está agora no Mundial.
A denúncia formal tinha partido do Movimento Contra a Intolerância, Racismo e Xenofobia, em Espanha, e o presidente, Esteban Ibarra, considerou «perturbadora» a decisão de arquivar o processo.
No jogo que o Real Madrid venceu por 2-1, os adeptos do Atlético Madrid terão cantado «és um macaco, és um macaco» antes, durante e no final da partida em direção de Vinicius Jr.