Polícia catalão detido por suspeitas de ter ajudado Puigdemont a fugir

CNN Portugal , MJC - notícia atualizada às 12:50
8 ago, 11:57

O sindicato da Polícia Nacional, Jupol, qualificou de “escândalo” a atuação dos Mossos d’Esquadra ao permitir a Carles Puigdemont entrar em Espanha sem o prender e ao acompanhá-lo durante o seu discurso esta manhã

Os Mossos d'Esquadra prenderam um dos seus agentes por envolvimento na fuga de Carles Puigdemont, informa a imprensa espanhola citando fontes policiais. O detido é proprietário do veículo em que os investigadores acreditam que o ex-presidente fugiu após fazer um breve discurso em Barcelona.

O ex-presidente da Catalunha tinha avisado que queria ir ao Parlamento para a investidura de Salvador Ila. Mas ficou à porta, falou durante dois minutos e voltou a desaparecer: “O direito à autodeterminação pertence ao povo, é um direito coletivo", defendeu. “Apesar dos esforços dos que nos queriam causar muitos danos, hoje vim aqui para lembrar que ainda estamos aqui porque não temos o direito de renunciar”, disse Carles Puigdemont enquanto a multidão gritava "presidente, presidente". 

Depois da sua fuga, os Mossos d'Esquadra montaram a "Operação Jaula" para tentar prendê-lo e estão a realizar operações stop ao redor de Barcelona e nas estradas que levam à fronteira com França.

O aliado de Puidgemont, Aleix Sarri, criticou a operação policial em X, dizendo: "Centenas de polícias cercam Barcelona para prender o presidente Puigdemont. Uma caçada paga com dinheiro público para agradar aos poderes de Madrid. Não é isso o que uma democracia faz."

Por outro lado, Ignacio Garriga, do partido de extrema direita Vox, que se opõe fortemente à independência da Catalunha, disse que o Vox "faria tudo oque fosse necessário para garantir que Puigdemont seria preso". "É uma vergonha que um deliinquente, golpista e fugido da justiça se permita entrar em Espanha sem que ninguém o detenha", declarou o partido.

O sindicato da Polícia Nacional, Jupol, qualificou de “escândalo” a atuação dos Mossos d’Esquadra  no regresso do ex-presidente da Generalitat Carles Puigdemont e considerou que os agentes “permitiram” a sua fuga apesar de terem uma ordem de detenção em vigor. Num comunicado, citado pelo El Pais, o Jupol criticou o que considera um “abandono inaceitável do dever” por parte da polícia catalã, ao permitir-lhe entrar em Espanha sem o prender e ao acompanhá-lo durante o seu discurso esta manhã no Paseo Lluís Companys, em Barcelona.

“É inaceitável que, como aconteceu em 2017, a Polícia Nacional e a Guarda Civil tenham sido deixadas de lado no processo de localização e detenção do fugitivo Puigdemont, provocando mais uma vez uma situação vergonhosa relacionada com o movimento independentista catalão”, sublinha o sindicato. O seu porta-voz, Ibón Domínguez, afirmou que esta situação mostra que para o Ministério do Interior "existe uma força policial de primeira classe como os Mossos d'Esquadra, que nunca estão presentes quando são necessários, e uma força policial de segunda classe, a Polícia Nacional e a Guarda Civil, que estão sempre presentes", apesar de não gozarem de certos direitos que gozam os agentes regionais.

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