Encontradas mais de 20 mil cartas por entregar em casa de antigo carteiro

8 jun 2022, 15:04
Cartas

A descoberta aconteceu quando o homem vendeu a sua casa, em Alicante. Uma equipa de construção, que tinha sido contratada pelos novos proprietários para proceder à renovação da casa, deparou-se com um cenário inesperado: sacos do lixo espalhados por todas as divisões

Um carteiro da cidade portuária de Alicante cumpriu, durante um ano, a sua rotina semanal. De segunda a sexta, chegava ao posto de correios local e recolhia a correspondência que lhe incumbia entregar. O próximo passo da rotina do carteiro espanhol está agora a ser investigado pela polícia, depois de terem sido encontradas em sua casa mais de 20 mil cartas armazenadas em sacos do lixo. 

O homem de 62 anos, cujo nome não foi divulgado, trabalhou como carteiro entre 2012 e 2013. Segundo informações avançadas pela polícia, o contrato de trabalho não foi renovado depois de terem sido detetadas "irregularidades" no seu trabalho. 

A descoberta aconteceu quando o homem vendeu a sua casa em Biar, um município localizado no sopé das montanhas de Alicante. Uma equipa de construção, que tinha sido contratada pelos novos proprietários para proceder à renovação da casa, deparou-se com um cenário inesperado: sacos do lixo espalhados por todas as divisões. 

Perante a recusa do antigo proprietário em esvaziar a habitação, os construtores acabaram por tomar a iniciativa de abrir os sacos. No interior, milhares de cartas endereçadas aos habitantes de uma zona de Alicante, incluindo faturas e correspondência oficial. Algumas das cartas, amarelecidas pelo tempo, ainda se encontravam seladas. 

"Não havia nenhuma encomenda, porque estas são submetidas a um registo e acompanhamento mais exaustivo por parte dos correios", explicam fontes policiais ao El País

O ex-carteiro acabou por ser detido pela Guardia Civil e acusado de "crime de infidelidade na guarda de documentos", perante a surpresa daquela comunidade valenciana. 

Os vizinhos descrevem-no como "reservado e pouco sociável", mas ainda assim confessam-se "surpreendidos" por saber "o que havia naquela casa". A presidente da câmara, Magdalena Martínez, qualifica os acontecimentos como "surreais" e prefere não comentar a vida pessoal do sexagenário, referindo apenas que não era visto há "muito tempo". 

A correspondência interceptada ficará à disposição das autoridades até indicação em contrário por parte de um juiz. As cartas serão, depois, devolvidas aos postos de correio espanhóis e posteriormente entregues aos destinatários.

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