Espreitem a “única nave espacial do mundo neutra em carbono”

CNN , Maureen O'Hare
11 ago 2022, 08:00

A corrida do turismo espacial está a disparar todos os foguetes, mas uma empresa espera criar um nicho como sendo “o único meio neutro em carbono” de viajar para o limite do Espaço.

A Space Perspective, com sede na Florida, planeia levar passageiros até aos 100 000 pés para aventuras suborbitais numa cápsula pressurizada suspensa numa versão enorme e de alta tecnologia de um balão de ar quente. Novas imagens divulgadas a 27 de julho mostram o mais recente design patenteado da cápsula da Spaceship Neptune.

Tem um interior mais espaçoso do que as versões anteriores, com um design esférico que oferece aos passageiros mais altura, além de adicionar o benefício de segurança de ser ideal para resistir à pressão. Podemos também ver melhor o luxuoso Space Lounge, com os seus bancos reclináveis ​​profundos, a iluminação ambiente e um bar bem abastecido.

As janelas refletoras, semelhantes aos capacetes dos astronautas, existem para ajudar a manter a temperatura confortável, enquanto que um novo sistema de controlo térmico está à espera da aprovação da patente.

A Space Perspective trabalhou neste novo design com o estúdio londrino Of My Imagination (OMI). As vistas panorâmicas de 360 ​​graus oferecidas pelo que a Space Perspective descreve como “as maiores janelas patenteadas de sempre a serem levadas até ao limiar do Espaço” foram - num exemplo satisfatório de determinismo nominativo - desenvolvidas pelo líder de design de experiências da Spaceship Neptune, Dan Window, juntamente com a designer Isabella Trani.

Outros aperfeiçoamentos incluem um cone com patente pendente para a queda suave e segura na água no mar.

E, em termos de escala, a empresa compara a cápsula ao tamanho de “uma grande cabina com varanda num navio de cruzeiro”, enquanto o balão tem cerca de 500 mil metros cúbicos de volume, quando completamente cheio. É tão grande que um estádio de futebol poderia flutuar dentro dele.

O interior da cápsula pressurizada e climatizada do Space Neptune. (Space Perspective)

Bilhete de 125.000 dólares

A Space Perspective quer começar a transportar grupos de até oito passageiros em voos de seis horas até ao final de 2024. Esse é o prazo alterado de uma estimativa anterior para o início daquele ano.

Como não deixa a gravidade da Terra, não será necessário um treino especializado e os passageiros poderão caminhar pelo interior da cápsula. A empresa afirma que o processo de embarque será tão simples quanto o de um avião.

As viagens envolverão uma subida suave de duas horas, acima de 99% da atmosfera terrestre. Depois, haverá duas horas de lazer para os passageiros apreciarem as vistas da cabina antes de a nave espacial começar a fazer a sua descida de duas horas para o oceano. A viagem até à costa será completada por navio.

Haverá Wi-Fi a bordo para que os passageiros possam transmitir ao vivo a experiência às pessoas que ficaram em casa e também haverá câmaras a bordo a documentar toda a ação. As imagens de satélite e as câmaras de 360 ​​graus também possibilitarão ampliar e reduzir a vista épica.

O preço, sem surpresa, não é barato. Os bilhetes têm o preço único de 125.000 dólares por pessoa, mas a Space Perspective diz que já vendeu quase 900. Estão agora a aceitar reservas para 2025 e daí para a frente, sendo que o sinal de 1.000 dólares é totalmente reembolsável caso esta “bolha espacial” rebente. Os clientes também podem pagar com criptomoeda, o que deve atrair aqueles consumidores abastados que não têm medo de correr riscos.

Movida a hidrogénio

Os cofundadores da Space Perspective, Jane Poynter e Taber MacCallum, já tinham projetado os sistemas de ar, comida e água para a base espacial Biosfera 2, na qual viveram durante dois anos.

As alegações de emissão zero da empresa baseiam-se no facto de, em vez de usar foguetões de alto consumo energético para voar para o Espaço, a nave desafia a gravidade através da flutuabilidade.

Como a oferta de hélio é limitada e o seu uso é necessário para intervenções médicas, a Spaceship Neptune usa hidrogénio. “O gás de sustentação do balão é mais leve do que o ar e permite que a Neptune flutue no topo da atmosfera da Terra como um cubo de gelo na água”, diz a Space Perspective.

A nave espacial é completamente reutilizável, exceto o material que constitui o revestimento do balão. Esse será recuperado pela equipa no final de cada voo e depois reciclado.

“Séculos de testes e desenvolvimento de balões e paraquedas demonstram que voar com um balão desde o lançamento até à aterragem, com paraquedas tradicionais como sistema de reserva, é de longe a solução mais simples, segura e robusta”, disse MacCallum em comunicado. “O nosso sistema de voo patenteado permite que a cápsula e o SpaceBalloon estejam sempre ligados, e as condições de descolagem e aterragem estão sempre sob o nosso controlo.”

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