Estudo explica como aconteceu a maior explosão cósmica de todos os tempos

Agência Lusa , MM
8 jun 2023, 08:31
Ilustração de asteroide próximo à Terra

Em 09 de outubro de 2022, a explosão GRB 221009A ocorreu após o colapso de uma estrela muito massiva e o subsequente nascimento de um buraco negro

Telescópios de todo o mundo captaram em outubro de 2022 a explosão cósmica mais brilhante de todos os tempos, que uma equipa de cientistas internacional procurou agora explicar o porquê de ter sido considerada tão excecional.

A equipa internacional, liderada pela Universidade de Washington, publicou na quarta-feira um artigo na revista Science Advances no qual explica por que essa explosão, que foi apelidada como "A mais brilhante de todos os tempos" (BOAT - Brightest Of All Time, em inglês), foi tão deslumbrante

As explosões de raios gama são as explosões mais violentas e energéticas do universo, capazes de libertar em poucos segundos a mesma quantidade de energia que o Sol durante toda a sua vida.

Em 09 de outubro de 2022, a explosão GRB 221009A ocorreu após o colapso de uma estrela muito massiva e o subsequente nascimento de um buraco negro.

Todo este evento causou um ‘flash’ imensamente brilhante de raios gama que foi seguido por um lento brilho de luz.

Para analisá-lo, a equipa examinou uma grande quantidade de dados de vários comprimentos de onda do BOAT e chegou a uma conclusão: a explosão inicial (GRB 221009A) foi direta para a Terra, carregando uma quantidade incomum de material estelar com ela.

Os investigadores descobriram que o jato de matéria do GRB 221009A tinha um núcleo estreito “com asas largas e inclinadas”, uma característica que o diferenciava dos tipos de jatos vistos em explosões de raios gama produzidas por outros cataclismos.

Estas características também podem explicar por que os cientistas continuaram a ver o brilho de vários comprimentos de onda do GRB 221009A meses após a explosão, conclui o estudo.

Esta descoberta é "um grande passo na compreensão das explosões de raios gama e demonstra que as explosões mais extremas não obedecem à física padrão assumida para explosões comuns de raios gama", sublinhou Brendan O'Connor, estudante de pós-graduação da Universidade de Washington e principal autor do estudo.

A equipa de O'Connor utilizou um dos dois telescópios do Observatório Gemini, no sul do Chile, para observar o evento em outubro.

As descobertas alimentarão futuros estudos sobre explosões de raios gama e encorajarão os cientistas a criar simulações das estruturas dos jatos das explosões de raios gama.

“Durante muito tempo pensamos que os jatos tinham a forma de um cone de gelado”, realçou Alexander van der Horst, professor de física da Universidade de Washington e coautor do estudo.

"No entanto, algumas explosões de raios gama dos últimos anos, e em particular o trabalho aqui apresentado, mostram que precisamos de modelos mais complexos e simulações de computador detalhadas de jatos de explosão de raios gama", acrescentou.

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