Presença dos partidos extraparlamentares é “muito residual”. Regulador sensibiliza estações de televisão para o pluralismo político

Agência Lusa , NM
26 dez 2022, 15:11
Parlamento (Lusa/Tiago Petinga)

Relatório de avaliação da Observância do Princípio do Pluralismo Político em 2021 analisou uma amostra de 1.284 peças jornalísticas

Uma avaliação da ERC ao cumprimento do pluralismo político concluiu que a RTP1, RTP2, RTP3, TVI, SIC e CMTV devem dar "maior e mais equilibrada" visibilidade nos blocos informativos às visões políticas dos partidos com representação parlamentar reduzida.

No 'Relatório de avaliação da Observância do Princípio do Pluralismo Político em 2021', divulgado esta segunda-feira, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) recomenda também uma maior e mais equilibrada visibilidade, nos alinhamentos, das representações regionais dos partidos nos Açores e na Madeira, que diz terem presença residual, assim como os representantes da República e Assembleias Legislativas.

Presença dos partidos extraparlamentares é “muito residual”

Depois de analisar uma amostra de 1.284 peças jornalísticas, o regulador da comunicação social concluiu que a presença dos partidos extraparlamentares é “muito residual” nas peças analisadas nos serviços de programas da SIC, TVI e CMTV.

"No sentido de os operadores diversificarem as presenças políticas, a ERC relembra que é importante assegurar a cobertura das atividades e propostas dos partidos extraparlamentares, quando existam, dando-lhes voz, também fora dos períodos de campanha eleitoral", destaca no relatório.

Na síntese conclusiva, o regulador informa que a RTP1, RTP2 e CMTV destacaram, entre as formações político partidárias, o conjunto do Governo e PS, seguindo-se os partidos com representação parlamentar.

Por outro lado, nos noticiários da SIC e da TVI, analisados pelo regulador, verificou-se maior destaque dos partidos parlamentares, seguindo-se o Governo e PS.

Porém, em termos globais, em todos os serviços noticiosos, teve maior peso o grupo que reúne as outras formações políticas e sociais consideradas, fora do âmbito estritamente partidário ou governativo.

Nos blocos informativos de horário nobre dos operadores generalistas, cerca de metade das peças do pluralismo político destacaram como tema dominante a ‘macrocategoria’ política nacional, em particular na cobertura de atividades do Governo, dos partidos políticos e da Presidência da República.

O tema saúde e ação social foi em 2021 o segundo mais frequente, em resultado do contexto da pandemia de covid-19, com especial destaque para os subtemas funcionamento do sistema de saúde e epidemia/pandemia, os mais frequentes em todos os operadores.

A economia, finanças e negócios foi o terceiro tema com maior número de peças na RTP1 e SIC, segundo o relatório da ERC.

No que respeita à análise feita aos programas de informação não diária (programas autónomos de debate, entrevista e comentário) a ERC assinala a ausência de espaços autónomos regulares de informação não diária de temas políticos na CMTV.

O regulador destaca ainda que as presenças político-partidárias identificadas na SIC "se limitam" a dois comentadores com pertença partidária, no âmbito da noite eleitoral Presidenciais 2021.

Já na CMTV diz que as presenças político-partidárias identificadas se limitaram a quatro comentadores com pertença partidária, no âmbito das noites eleitorais Presidenciais 2021 e Autárquicas 2021, e ainda ao comentário de um ator com pertença partidária numa edição do magazine “Especial CM”.

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