Governo do Equador recupera controlo de prisão depois de motins de reclusos

Agência Lusa , AM
4 nov 2022, 06:42
Motins na prisão do Equador (Associated Press)

Operação para assumir o controlo da prisão de Guayaquil, durante cerca de 12 horas, envolveu cerca de 1.300 polícias e um número igual de militares. Pelo menos dois reclusos morreram e 15 agentes ficaram feridos

O Governo do Equador anunciou ter recuperado o controlo da prisão de Guayas, conhecida como a penitenciária de Guayaquil, onde presos desencadearam motins contra à transferência para outros centros de detenção no país.

O diretor do Serviço de Atenção Integral às Pessoas Privadas de Liberdade (SNAI) equatoriano, Guillermo Rodriguez, assegurou estar sob controlo a situação na ala da penitenciária de Guayaquil, onde foi executada a transferência de mais de 1.400 presos para outra prisão na província vizinha de Manabi.

"Os líderes, criminosos violentos que lideraram o grupo criminoso 'Chone Killer' e fomentaram a resistência armada" contra a polícia e os militares "estão agora na prisão em La Roca", outra prisão em Guayaquil, de acordo com uma mensagem publicada na rede social Twitter pelo Presidente do Equador.

"Estamos a confrontar duramente aqueles que interromperam a tranquilidade" do país, acrescentou Guillermo Lasso, sublinhando que vai defender "os equatorianos e a democracia até às últimas consequências" e vencer, em conjunto com a população "o crime organizado, o tráfico de droga e as suas ligações à política".

O chefe de Estado equatoriano concluiu que foram tomadas as medidas necessárias para combater o tráfico de droga e o crime organizado, salientando que o Governo continua "na luta para defender a paz dos cidadãos e qualquer tentativa de desestabilização da democracia".

A operação para assumir o controlo da prisão de Guayaquil, durante cerca de 12 horas, envolveu cerca de 1.300 polícias e um número igual de militares, que "foram recebidos com fogo hostil", disse o diretor do SNAI. Pelo menos dois reclusos morreram e 15 agentes ficaram feridos.

O objetivo final é reduzir a superlotação e melhorar as infraestruturas prisionais e as condições para que os reclusos possam ser reabilitados, disse Rodríguez.

Na operação, as forças de segurança encontraram armas de grande calibre escondidas e uma quantidade significativa de munições.

Neste ano, mais de 100 presos morreram violentamente nas prisões do Equador e mais de 400 foram mortos desde 2020 em frequentes confrontos entre bandos que lutam pelo controlo das prisões.

Os incidentes na prisão de Guayaquil ocorreram numa altura em que a província sudoeste de Guayaquil se encontra sob estado de emergência face à escalada da violência nas ruas.

Do mesmo modo, a província costeira de Esmeraldas (no nordeste e fronteira com a Colômbia) foi colocada, na terça-feira, sob estado de emergência durante 45 dias, numa tentativa de travar uma onda de violência atribuída pelas autoridades ao crime organizado e aos narcotraficantes.

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