Miguel Carvalho: “Se uma boa parte dos eleitores atuais do Chega soubesse o que é feito em nome deles, jamais votaria no partido”

5 out, 08:30
André Ventura após reunião com o Presidente da República (LUSA)

ENTREVISTA || André Ventura ocupou o vazio onde o Estado “falhou” e o país “geme e murmura”, transformando frustração em método eleitoral. O jornalista Miguel Carvalho descreve, no seu novo livro, como o Chega veste a pele (ou papel) de fora do sistema enquanto, por dentro, “de antissistema só tem a mensagem” — uma máquina afinada para capitalizar o abandono e impor agenda em ciclo contínuo de eleições. E nessas eleições, uma após outra, sempre o mesmo rosto, nos cartazes como nos boletins: “O Chega sempre foi um projeto de poder pessoal e hoje é mais um culto do que outra coisa”

Miguel Carvalho passou anos largos a ouvir — horas e horas, estrada fora — o país que “geme e murmura”. Não chegou de paraquedas. Foi anotando fissuras, ressentimentos antigos, a palavra prometida e não cumprida, a ausência do Estado nos lugares onde antes havia balcões e gente. “O Estado falhou-lhes”, sim. “Não era de esquerda nem de direita. Era um universo eleitoral à espera de um apelo emocional.” É a partir dessa falha — e do vazio que se abriu no território, nas contas e no quotidiano — que acompanha o crescimento de um partido que “cavou, abriu a válvula, aproveitou esses poços de ressentimento” e vestiu uma pele de antissistema. Só na superfície.

Miguel Carvalho, repórter (aliás: grande repórter), mapeou as entranhas do “país Chega” e descreve uma máquina com muitas camadas: da direita marginal e saudosista a bolsões académicos e a professores que, de norte a sul, se aproximam do projeto. Há, contudo, um ponto fixo — e ele insiste nele com a frieza de quem traz documentos e vozes por dentro: “De antissistema, o Chega só tem a mensagem; é um produto de contrafação do sistema.” A frase assenta num retrato que expõe financiamento, redes, contradições e métodos, mas também os elos que ligam a agenda partidária às ambições de grandes interesses económicos. No fundo, “o Chega corporiza um sonho antigo dos grandes poderes económico-financeiros”, “é o braço armado de políticas e ambições destinadas a facilitar os fluxos e ganhos financeiros e a fragilizar o Estado Social”. Tudo enquanto aponta o dedo aos mais frágeis “e dá a entender que quer defendê-los”.

André Ventura não se gasta com a repetição. Pelo contrário — a sucessiva aparição em eleições e no “condomínio” mediático consolida terreno e consolida agenda. “Quando ele se candidatou a Belém em 2021, falou-se do desgaste e foi o que se viu.” Os casos que fariam tremer outros líderes (“roubo de malas, prostituição de menores”) pouco ou nada lhe beliscam a imagem junto do seu eleitorado. A imagem de Ventura sobrevive às polémicas, sucessivas. “Os eleitores até aceitam que minta e falseie descaradamente porque, segundo muitos deles, só assim consegue fazer ruído e colocar a agenda do partido no espaço mediático.”

O próximo degrau, as autárquicas, promete teste de stresse às promessas e aos protagonistas — a montra do escrutínio público poderá revelar o que vale a gestão no detalhe, freguesia a freguesia, câmara a câmara. “Parece-me líquido que o Chega ganhará umas poucas câmaras, não as dezenas que Ventura almeja, mas algumas, sobretudo a sul, com destaque para o Algarve.” Dentro do Chega, reconhece Miguel Carvalho, há um receio que não é “destituído de sentido”. “Dizem que o partido ficará muito exposto às fragilidades dos protagonistas e das suas políticas e isso pode ter leituras nacionais do tipo ‘ui, se esta gente governa assim nas câmaras, como será no país?!’” 

No fim, a investigação de Miguel Carvalho, publicada no livro “Por Dentro do Chega”, devolve o essencial: este fenómeno não é um cometa. É tecido social, vizinhança, sala de professores, fila do centro de saúde, canteiro de obra e urbanização nova. “Esta gente não veio de Marte. Estava aqui, está aqui.” Não há moral de bolso nem sermão — há testemunhos, atas, acórdãos, gravações e pessoas que se veem no espelho quando ele escreve. “Uma das coisas que mais me irritam nos comentários que fazem ao meu livro é dizerem que quem deveria lê-lo, ou seja, os apoiantes do Chega, não tem inteligência para fazê-lo. Quem diz isso devia morder a língua.”

Antes da publicação do livro, já vinhas a cobrir o fenómeno Chega — por dentro, politicamente; por fora, socialmente. Gostava de começar “por fora”. O que é que entendes como justificação para o crescimento do partido? Eleição após eleições — exceptuando as Europeias, com Tânger Corrêa —, é um crescimento tão galopante que preenche várias faixas etárias, várias regiões, inclusive várias ideologias: não são raros os casos de ex-militantes comunistas ou socialistas que aderiram à mensagem de Ventura. Portando, não é só uma deriva na direita. 

O que senti desde 2019, 2020, na sequência da primeira eleição de Ventura como deputado, é que havia sentimentos ocultos, não rastreáveis por sondagens e estudos de opinião, que iriam certamente desaguar ali, em enormes caudais. Tal como Dominic Cummings, o estratega político do Brexit, Ventura e alguns dirigentes perceberam que havia bolsas de recalcamentos e frustrações, acumuladas com o tempo, “a gemer e a murmurar”, à espera de se libertarem. E isto não era de esquerda nem direita. Era um universo eleitoral à espera de um apelo emocional. O Chega fez isso: cavou, abriu a válvula, aproveitou esses poços de ressentimento e funcionou como íman de esperanças, frustrações, medos e suspeitas. Como eu tinha andado bastante no terreno, percebi que o fenómeno não ia ser passageiro, mas levei muito na cabeça, em privado e em público, por pensar assim. 

Há naturalmente regiões onde o crescimento é mais efetivo — a Grande Lisboa, o Grande Porto, mas de forma diferente e a ritmo diferente. Mas se pensamos numa escala maior: o Alentejo — interior e litoral — e o Algarve são locais onde o Chega se expande. Estudaste mais o caso alentejano, mas acredito que haverá também semelhanças no algarvio. É somente a questão "imigração" que pesa na mudança, no fervor, no crescimento? Ou há também um certo abandono, ou a sensação de abandono, do poder central (na saúde, na educação, no emprego) que permite que a mensagem antissistema de Ventura e do Chega ganhem tração? 

Para ser justo, na maioria das conversas que fui mantendo ao longo de anos com o eleitorado e a militância do Chega em várias regiões do território, as questões da pauta habitual de Ventura – o discurso anti-imigração e contra as comunidades ciganas, por exemplo – não eram as primeiras coisas que afloravam. Quando são referidas é mais como saco de boxe do que por convicção. Nas conversas, que por vezes demoraram horas, primeiro vinham à tona as queixas sobre a falta do cumprimento da palavra dada pela classe política, pelos governos, e a sensação de abandono, o sentimento de que uma parte da população foi deixada para trás. Muitos não associam as suas condições de vida e os aspetos dramáticos da sua situação familiar ou profissional ao capitalismo sem freio, ao mercado sem açaime e às medidas neoliberais que foram sendo adotadas por vários governos e que precarizaram as suas vidas, as suas esperanças e os seus sonhos. Muitos perderam a esperança e usam a sua frustração a favor do Chega, sobretudo em zonas suburbanas ou no interior. Na verdade, o Estado falhou-lhes. Deixou de ter uma presença efetiva no território em muitos aspetos; fechou serviços públicos; dificultou, pela ausência e abandono, a vida das pessoas. Sucessivos governos, deliberadamente ou de forma inconsciente, não acautelaram o valor da palavra dada, da ética política e diabolizaram o papel do Estado. Ao mesmo tempo, o Estado reduziu o seu papel na construção de comunidades, de proximidade, na promoção da integridade territorial e social e no acesso a serviços básicos. Em parte, estamos a pagar, por via do Chega, a fatura eleitoral dessa irresponsabilidade.  

Apesar da mensagem declaradamente racista e xenófoba — André Ventura, em 2021, foi  mesmo condenado em tribunal por ter ofendido a honra e o bom nome de uma família do Bairro da Jamaica —, muito se vem repetido que “não é possível que 1.437.881 eleitores sejam racistas e xenófobos”. Mas algo terá de haver na mensagem, no apelo de Ventura, que colhe. Porque é que colhe?

Era previsível que uma parte do universo eleitoral do Chega, do seu aparelho político e do seu financiamento fosse sempre parar ali. Não é surpresa. Setores da direita marginal, neonazi, identitária, nacionalista, racista, xenófoba, saudosista ou derrotada no 25 de Abril – ou seja, com contas por ajustar com a revolução — tem ali o seu sonho húmido ou mal menor. Cenáculos da direita radical mais intelectualizada, académica, também estão próximos, tal como uma certa oligarquia económico-financeira, latifundiários, etc.. Setores amplos das forças de segurança e das estruturas militares também. Isto era o esperado. Mas há muitos setores esclarecidos, nomeadamente professores dos vários graus de ensino e dispersos por todo o território, que apoiam e militam no Chega. O partido atrai mais variedade e é mais complexo do que se pensa. 

E porque é que Ventura não é, afinal, como se vende e como o vendem, alguém de fora do sistema? E é, ao fim ao cabo, alguém que é parte dele, capturado por interesses de grandes grupos económicos. Isaltino Morais apelida André Ventura assim: "excrescência do sistema partidário português".

De antissistema o Chega só tem a mensagem: é um produto de contrafação do sistema, habitualmente mais polido e menos dado a expor-se por razões de “marca”, pedigree ou outras. No fundo, o Chega corporiza um sonho antigo dos grandes poderes económico-financeiros, das grandes corporações. É o braço armado de políticas e ambições destinadas a facilitar os fluxos e ganhos financeiros e a fragilizar o Estado Social, políticas que antes tinham de ser mitigadas e aveludadas pelos tradicionais partidos de governo para não se perceber qual era, e de onde vinha, a voz do dono. Hoje, o Chega pode fazer isso às claras, apontando o dedo aos mais frágeis e dando a entender que quer defendê-los. Como mostro e explico no livro, é muito provável que Ventura não acredite em metade do que diz e propõe. Mas o que diz e propõe serve os mesmos de sempre.

Acompanhaste diversas eleições. Em breve vamos ter autárquicas e presidenciais, com Ventura a ser novamente candidato a Belém. Ele que aparece em todos os cartazes autárquicos. O que é que Ventura pretende com esta sua permanente “aparição” e o que é que ganha com isso? Ou por que razão não se desgasta na imagem?

O que um dia poderá desgastar o Chega não é sucessiva aparição de Ventura em eleições ou no condomínio privado informativo. Como se comprova pela nossa realidade mediática, eleitoral e parlamentar, isso só o beneficia. Aliás, quando ele se candidatou a Belém em 2021, falou-se também do desgaste da imagem e foi o que se viu. Do que conheço de estudos de opinião internos dos partidos do bloco central, a imagem dele sobrevive inclusive às sucessivas polémicas associadas ao partido. Os casos do deputado que roubava malas e do dirigente acusado de prostituição de menores não tiveram qualquer efeito na sua imagem porque o eleitor do Chega acha que Ventura decide rápido e bem nessas situações, expulsando ou descartando os protagonistas. Desculpam-no sempre pelo facto de o partido ter crescido rapidamente e sem filtros, supostamente sem tempo para fazer a devida triagem dos indesejáveis, e até aceitam que minta e falseie descaradamente porque, segundo muitos deles, só assim consegue fazer ruído e colocar a agenda do partido no espaço mediático.

Por outro lado, nas autárquicas, há diversas "primeiras figuras" (como Rita Matias ou Pedro Pinto) do partido que se apresentam como candidatos e que podem até (logo veremos) ser eleitos em algumas câmaras. Se o forem, o que entendes que resultará daí? Dar “poder” ao Chega também o vai expor mais? Desgastar, expondo?

As eleições autárquicas são outro patamar. O mais importante para o Chega é estender a sua malha no território nacional, influenciar ou complicar a governabilidade em algumas zonas do país, conseguir que executivos camarários e de freguesia adotem a agenda do Chega. Admito que, em termos globais, não vá alcançar o mesmo número de votos que alcançou nas legislativas, talvez possa retroceder em termos de valores totais. Mas há condições políticas, perceções e predisposições sociais que, associadas a fragilidades quotidianas e económicas, são muito propícias a um resultado muito superior ao de 2021. Parece-me líquido que o Chega ganhará umas poucas câmaras — não as dezenas que Ventura almeja mas algumas, sobretudo a sul, com destaque para o Algarve. Curiosamente, há também no partido quem, sabendo da falta de integridade e da incapacidade de alguns candidatos, receie a possibilidade de o partido ficar pela primeira vez na “montra” do escrutínio público caso venha a liderar executivos camarários. Dizem que o partido ficará muito exposto às fragilidades dos protagonistas e das suas políticas e isso pode ter leituras nacionais do tipo “ui, se esta gente governa assim nas câmaras, como será no país?!”. Não é um receio destituído de sentido. 

E poderá Ventura perder os seus homens e mulheres “de mão” na luta parlamentar? 

Ventura não vive preocupado com a perda de alguns dos seus deputados, caso sejam eleitos presidentes de câmara. Descartar dirigentes fiéis ou mais fanáticos da sua liderança está no seu ADN. Haverá sempre soluções. Não exatamente com o grau de credibilidade que ele gostaria de atrair, mas outras.  De resto, o Chega sempre foi um projeto de poder pessoal e hoje é mais um culto do que outra coisa. É um partido menos livre do que no início e a sua falta de democraticidade está plasmada em sucessivos acórdãos do Tribunal Constitucional. O nível de debate interno é medíocre. Mas Ventura está bem com isso, é o que sempre quis. Afinal, como o próprio Gabriel Mithá Ribeiro se queixou, Ventura não lê discursos, é pura intuição. Daí reinar, com raras e maquilhadas exceções, o discurso “à taberneiro”.

És jornalista, não és político: não te cabe um "confronto" com Ventura, ou com o Chega, mas cabe-te (e fazes isso há muito tempo mesmo) a exposição, o questionamento, as respostas, as possíveis. O que é que te levou, afinal, para a cobertura deste partido num primeiro momento (ainda na revista "Visão") e o que é que te fez querer permanecer de volta dele? 

Como jornalista, a complexidade e as contradições do ser humano não me podem ser estranhas. A questão é ter tempo para que isso seja apreendido no terreno, com capacidade para amadurecer e colocar em causa as nossas próprias molduras de análise, sem olhar para o relógio e tentando ganhar o respeito de quem, nos dias que correm, tem do jornalismo a ideia de “jornalixo”, outra das narrativas do Chega que vingaram junto de certas camadas da população, mesmo as que, por vezes, se julgam mais esclarecidas. E, nesse sentido, fui – e ainda sou – um privilegiado. A "Visão", onde estive quase 24 anos, permitiu-me quase sempre esse tempo, por vezes dois e três meses para uma investigação, coisa que a generalidade dos jornalistas íntegros, interessados e com os valores do ofício blindados não tem. Muitos deles, de diferentes gerações, são ótimos e querem fazer o certo, em nome da decência, do escrutínio público e de uma sociedade mais esclarecida. Mas vivem submersos na espuma dos dias, nos casos e casinhos, nos diretos televisivos sem qualquer valor notícia e a receber salários indignos, quando recebem. Mas há muita gente jovem e de valor neste ofício a dar cartas, sem transigir na defesa dos valores essenciais do jornalismo e da democracia. Esse tempo, essa curiosidade e obsessão infinita que tenho sobre o ser humano e as suas circunstâncias, nas mais diversas facetas, abriu-me portas no Chega. Ou junto de pessoas que, numa fase da sua vida, acharam que o seu percurso ou opção política era por ali — e para alguns ainda é. Há demasiada complexidade no partido para que ele seja olhado e analisado ao ritmo de uma série de TV ou debate assanhado de horário nobre. A opção pelo Chega de muitos eleitores não tem uma explicação fácil, não pode ser analisada com uma pauta a preto e branco. Esta gente, como digo no livro, não veio de Marte. Estava aqui, está aqui. E a democracia e o jornalismo em que eu acredito não deixam ninguém para trás: o jornalismo pergunta, analisa, aprofunda e tenta compreender — na senda do que defendeu Hannah Arendt, tão criticada por tentar perceber como seres humanos comuns se tornaram executores da máquina nazi. A estigmatização, o insulto fácil e o preconceito também nos trouxeram aqui e ampliaram o Chega. 

Por fim, gostava de te perguntar: este teu livro vai para uma incrível quarta edição — o que é um fenómeno raríssimo em não ficção em Portugal e num trabalho longo e árduo de jornalismo de investigação. Que impacto é que pensas que tem tido, e pode ter, no nosso pensamento social em relação ao Chega?

Uma das coisas que mais me irritam nos comentários que fazem ao meu livro é dizerem que quem deveria lê-lo, ou seja, os apoiantes do Chega, não tem inteligência para fazê-lo. Quem diz isso devia morder a língua. Há, em todos os partidos, e até em posições de destaque, pessoas incapazes de ler uma notícia ou apenas preocupadas em seguir teses, mesmo as mais falsas, só porque vão ao encontro do que já pensavam. Uma das gratas surpresas que tive nas reações ao livro é ver antigos e atuais militantes do Chega a partilharem as fotos do exemplar que compraram e a lê-lo com sentido crítico e até a verem-se retratados nos cenários e histórias que descrevo porque viveram-no por dentro, se calhar com sofrimento e angústia. Perceber isso, perceber que também há no Chega um universo de pessoas que pode, com empatia, esforço e reflexão, regressar ao campo da convivência cívica e da pluralidade democrática, sem recurso a preconceitos, estigmas, discurso de ódio, bullying digital e violência simbólica, é um bom princípio. Atenção: não sou ingénuo nem ando a comer gelados com a testa. Muitos fizeram uma opção consciente e pensam mesmo que o caminho é o da arruaça, da gritaria, da supremacia branca e da exclusão, mas as minhas centenas de conversas com o “País Chega” ao longo de cinco anos devolveu-me, apesar das inquietações, a sensação de que há um caminho de diálogo e de pontes com essa realidade, sobretudo se problemas identificados há muito na sociedade portuguesa começarem a ser resolvidos. Se uma boa parte dos eleitores atuais do Chega soubesse o que o partido faz em nome deles, sem cumprir padrões éticos ou morais mínimos para uma força política que supostamente pretende “limpar” o país, jamais votaria no Chega. Espero que o livro possa, a esse respeito, fazer algum caminho porque é, grande parte, o Chega a falar do Chega. Mas não me iludo: não é um livro que vai mudar o cenário que temos. É preciso algo mais profundo e não está, obviamente, nas minhas mãos.

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