Michel Preud’Homme: «Não fui campeão porque o Porto era melhor»

7 mai 2014, 10:59
PreudHomme

Ex-guarda-redes do Benfica fala do ciclo difícil na Luz nos anos 90, de Vítor Baía e de Steven Defour. «Ele e o Axel Witsel são as minhas crianças», diz ao Maisfutebol

«Parece impossível, não é?» Michel Preud’Homme formula ao ser confrontado com o pobre pecúlio de troféus na Luz. Cinco temporadas de intenso domínio do FC Porto, uma só Taça de Portugal para o museu da Luz. E explicações para isto?

O ex-guarda-redes belga, um dos melhores de sempre, apresenta a sua defesa. «Fui contratado depois de o Benfica ter sido campeão nacional. Em 1994. Cheguei e o plantel estava a ser completamente mudado», começa Preud’Homme.

O Benfica acaba essa época a 15 pontos do FC Porto (e a oito do Sporting). Os dragões iniciam o périplo do pentacampeonato, esmagadores. Michel Preud´Homme tem más memórias dos azuis e brancos.

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«O Benfica não estava forte e o FC Porto era muito melhor. Nessa fase o domínio deles era intocável», reconhece Michel. «Tinham uma espécie de superioridade moral nos jogos contra nós, eram arrogantes no bom sentido. No futebol isso é um bom começo de conversa».

Preud’Homme nem se quer lembrar dos famosos 0-5 na Luz para a Supertaça. «Pergunte-me tudo, menos para analisar esse jogo (risos). Ao menos a equipa agora do Jorge Jesus está a conseguir acabar com essa imagem terrível».

Preudhomme num Benfica-FC Porto:




A conversa passa por várias personagens e chega, naturalmente, aos monstros sagrados da baliza. Michel, humilde, não se autoproclama o melhor de todos no panorama do futebol português.

«O Mlynarczyck era fabuloso, o Bento e o Vítor Baía também. Aliás, eu e o Vítor vamos estar juntos numa homenagem às nossas carreiras. Todos eles tiveram tanto ou mais nível do que eu», considera.

A despedida estava a chegar, Michel tinha ainda de preparar o jogo do Club Brugge contra o Anderlecht [importante para a decisão do título belga] e só houve tempo para falar um pouco sobre Steven Defour e Axel Witsel.

Os dois belgas, tão conhecidos em Portugal, trabalharam com Michel Preud’Homme. O primeiro no Genk e no Standard, o segundo também em Liège.

«Com eles os dois e o Fellaini [agora no ManUtd] tive um meio-campo tremendo no Standard. O Steven e o Axel são duas crianças minhas», graceja Michel Preud´Homme. «Na Bélgica são vistos como jogadores de topo. Vão ser importantes no Mundial».

E, afinal, qual é a posição ideal para Steven Defour, o único a jogar ainda em Portugal?

«O Steven tem estado bem no FC Porto. No Standard ele não tinha uma posição fixa. Os três homens do meio-campo movimentavam-se muito, alternavam entre eles, mas eu gosto muito de o ver na posição seis. É inteligente e entrega bem a bola. Na seleção joga mais adiantado».

Preud’Homme contra a Holanda no Mundial 1994:







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