A criação de um novo poder autárquico, explicou, "iria trazer mais classe política, mais burocracia e mais dificuldades para as empresas e para as pessoas"
A regionalização vai ser um tema quente nos próximos tempos. Na entrevista exclusiva à CNN Portugal, Cavaco Silva disse que estudou "aprofundadamente" esta questão enquanto académico e, enquanto político, procurou obter "o máximo de informação sobre as comunidades autónomas espanholas". A conclusão a que chegou nessa altura, mantém-se aos dias de hoje.
"Cheguei à conclusão que era um erro muito grande para o futuro do país a criação de regiões administrativas do continente", porque Portugal "é um país que não tem divisões linguísticas, étnicas ou religiosas".
Como tal, sendo um país "com uma grande unidade nacional", a criação de um novo poder autárquico, explicou, "iria trazer mais classe política, que já temos suficiente, mais burocracia e mais dificuldades consequentemente para as empresas e para as pessoas".
"A nossa tradição é o municipalismo. E, portanto, surgiria inevitavelmente conflitos entre a competência da região e a competência dos municípios", acrescentou.
O antigo Presidente da República considera "falsa" a teoria de que a regionalização contribuiria para o desenvolvimento do interior, porque os dirigentes políticos da região precisam de captar votos para serem eleitos e, como tal, vão "ao encontro das preferências do eleitorado do litoral" e não dos "pouquíssimos" que estão no interior.
Cavaco Silva fez ainda saber que se houver um novo referendo, vai votar contra.