Adesão à greve dos enfermeiros acima dos 75%

Agência Lusa , AM
22 nov 2022, 11:39
Enfermeiros da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo em greve participam na concentração convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (Mário Cruz, Lusa)

Serviços mais afetados são as atividades programadas como as cirurgias, assim como as consultas de enfermagem. Os serviços mínimos estão a ser assegurados

A adesão à greve dos enfermeiros está acima dos 75%, com alguns hospitais a registarem 100%, e os serviços mais afetados são as cirurgias programadas e as consultas de enfermagem, segundo o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).

Em declarações à agência Lusa, o presidente do SEP, José Carlos Martins, disse que os primeiros dados recebidos pela estrutura sindical indicam que a adesão no Hospital Dona Estefânia (Lisboa) ronda os 77,5%, no hospital das Caldas da Rainha chega aos 94%, em Peniche aos 94% e em Alcobaça aos 100%.

Segundo o dirigente sindical, em Lisboa, no Hospital de São José a urgência está com 100% de adesão e o bloco operatório 95%.

Os serviços mais afetados, segundo o responsável, são as atividades programadas como as cirurgias, assim como as consultas de enfermagem. Os serviços mínimos estão a ser assegurados.

O pré-aviso da greve prevê serviços mínimos a “prestar em situações impreteríveis”, como urgências, cuidados intensivos, bloco operatório, com exceção das cirurgias programadas, hemodiálise e tratamentos oncológicos.

Os enfermeiros cumprem hoje e quarta-feira dois dias de greve a reivindicar o pagamento de retroativos a janeiro de 2018 e a paridade da sua carreira com a dos licenciados da administração pública.

Estes dois dias de greve foram convocados pelo SEP e seguem-se a uma primeira paralisação realizada na quinta e sexta-feira, que, segundo a dirigente Guadalupe Simões, registou uma adesão global a rondar os 60%.

Com esta paralisação, o SEP espera que o ministério de Manuel Pizarro agende uma reunião para iniciar negociações destinadas a repor a paridade entre a carreira de enfermagem e a de técnico superior da administração pública, alegando que se verifica uma discriminação em todos os níveis remuneratórios.

Além disso, o sindicato reivindica o pagamento da reposição dos pontos da carreira com retroativos a janeiro de 2018 e não a janeiro deste ano, como decidiu o Governo recentemente.

No início do mês, o Ministério da Saúde anunciou que, na sequência de negociações com os diversos sindicatos, cerca de 20 mil enfermeiros seriam abrangidos pelo descongelamento da progressão salarial, com o pagamento dos retroativos a janeiro de 2022.

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