Cerca de 15% dos trabalhadores por conta própria estão em dependência económica de um só cliente

ECO - Parceiro CNN Portugal , Joana Nabais Ferreira
1 abr 2023, 20:00
Óculos (Pexels)

No ano passado, do total de 711.400 trabalhadores por conta própria, 14,8% (105.100 profissionais) tiveram um cliente que representou 75% ou mais do rendimento da sua atividade

No ano passado, do total de 711.400 trabalhadores por conta própria, 14,8% (105.100 profissionais) tiveram um cliente que representou 75% ou mais do rendimento da sua atividade. Um ligeiro recuo de 0,4 pontos percentuais (p.p.) no indicador de dependência económica, comparativamente a 2021. Já 12% dos trabalhadores por conta própria (ou seja, 85.400 trabalhadores) indicam que são os clientes quem estabelece o seu horário de trabalho. Um aumento de 0,6 pontos percentuais no indicador de dependência organizacional, mostram os dados divulgados esta quarta-feira pelo INE.

“Conjugando os dois tipos de dependência, identificaram-se 2,5% (17.7000; em relação a 2021, este indicador manteve-se praticamente inalterado) de trabalhadores por conta própria simultaneamente em dependência económica e organizacional”, pode ler-se no relatório do gabinete nacional de estatísticas.

Entre os profissionais independentes que tiveram, em 2022, um cliente que representou 75% ou mais do rendimento da sua atividade, 8,3% (59.400) indicaram ter tido, nos últimos doze meses, apenas um cliente (o que representa uma diminuição de 1,8 pontos percentuais em relação ao ano anterior); 4,7% (33.300; mais 1 p.p.) tiveram entre dois a nove clientes, um dos quais dominante; e 1,7% (12.400; mais 0,4 p.p.) tiveram 10 ou mais clientes, também um dos quais dominante.

Quando um trabalhador por conta própria tem um só cliente ou, tendo dois ou mais clientes, um é dominante, considera-se que há “dependência económica”.

“Esta é mais frequente entre os homens (15,6%) do que entre as mulheres (13,5%), entre os jovens dos 16 aos 34 anos (15,5%), os indivíduos que completaram o ensino superior (16,5%), os que trabalham no setor da agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca (46,9%) e na Região Autónoma dos Açores (24,5%)”, detalha ainda o INE.

Outra das medidas que permitem a análise do impacto dos clientes na atividade dos trabalhadores por conta própria prende-se com a determinação do horário de trabalho diário.

Do total de trabalhadores por conta própria, 71,6% (509.600) consideraram que determinam o seu horário de trabalho sem restrições, uma proporção inferior à observada em 2021 (menos 0,8 p.p.). Já 16,4% (116.400; mais 0,3 p.p.) reportaram que o seu horário é determinado por outra circunstância que não os seus clientes (por exemplo, disposições legais) e 12% (85.400; mais 0,6 p.p.) afirmam que são os clientes quem estabelece o seu horário de trabalho.

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