Presidente francês prepara-se para reunião em Moscovo com Putin, num esforço diplomático para tentar acalmar a crise ucraniana
É possível um acordo para evitar a guerra entre a Ucrânia e a Rússia. Quem o diz é o presidente francês, Emmanuel Macron, antes da reunião com o homólogo russo, Vladimir Putin, em Moscovo.
Os dois chefes de Estado reúnem-se esta segunda-feira, na capital russa, num encontro que é visto como um esforço diplomático para tentar acalmar a crise ucraniana.
Segundo o The Guardian, Emmanuel Macron acredita que o acordo para evitar uma guerra na Ucrânia é possível e que é legítimo que a Rússia levante preocupações de segurança, tendo apelado a um "novo equilíbrio" para proteger os estados europeus e acalmar a Rússia, garantindo, no entanto, que a soberania da Ucrânia não está em discussão.
O presidente francês diz que o objetivo russo "não é a Ucrânia, mas a clarificação das regras com a NATO e a União Europeia". Macron afirmou ainda que espera que o diálogo seja suficiente para prevenir um conflito militar e que acredita que Putin está aberto à discussão dos problemas, apesar de considerar que as conversas com a Rússia não podem "passar pelo enfraquecimento de nenhum estado europeu".
"Devemos proteger os nossos irmãos europeus propondo um novo equilíbrio capaz de preservar sua soberania e paz. Isso deve ser feito respeitando a Rússia e compreendendo os traumas contemporâneos deste grande povo e grande nação", afirmou Macron.
Encontro em Kiev
O crescente clima de tensão entre o Ocidente e a Rússia, suscitado pelos receios dos europeus e dos norte-americanos em relação a uma potencial invasão russa da Ucrânia, vai marcar uma nova e intensa jornada de contactos políticos em várias capitais.
Em Kiev vão estar os ministros dos Negócios Estrangeiros de cinco países europeus: França (Jean-Yves Le Drian), Alemanha (Annalena Baerbock), República Checa (Jan Lipavsky), Eslováquia (Ivan Korcok) e Áustria (Alexander Schallenberg).
A visita dos chefes da diplomacia alemã e francesa será feita em conjunto e surge numa altura em que várias vozes, como a Ucrânia e a Polónia, têm apelado à Alemanha para que impeça a Rússia de utilizar o gasoduto Nord Stream 2, um projeto germano-russo, como “arma híbrida”, e no contexto da presidência francesa do Conselho da UE.
Também na terça-feira, o presidente francês, Emmanuel Macron, vai reunir-se com o homólogo da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
Esta segunda-feira, em Washington, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, recebe o chanceler alemão, Olaf Scholz, que a 15 de fevereiro irá Moscovo a para se reunir com Putin.
