Costa, Sanchez e Scholz juntos no apelo ao voto em Macron: "É a escolha entre um candidato democrático e uma candidata da extrema-direita"

Agência Lusa , BCE
21 abr 2022, 13:59

Num artigo conjunto publicado nos jornais Público (Portugal), El País (Espanha) e Le Monde (França), os três líderes socialistas e social-democrata europeus alertam para os riscos colocados pela candidatura de Marine Le Pen

Os primeiros-ministros de Portugal e Espanha e o chanceler alemão apelaram esta quinta-feira à votação em Emmanuel Macron nas eleições presidenciais de domingo, defendendo que a França deve permanecer do lado dos valores da Europa.

O presidente cessante francês enfrenta no domingo a candidata da extrema-direita Marine Le Pen na segunda volta das presidenciais.

"A segunda volta das eleições presidenciais francesas não pode ser 'business as usual' para nós. A escolha que o povo francês enfrenta é crucial — para a França e para cada um de nós na Europa. É a escolha entre um candidato democrático, que acredita que a força da França cresce numa União Europeia poderosa e autónoma, e uma candidata de extrema-direita, que se coloca abertamente do lado daqueles que atacam a nossa liberdade e a nossa democracia — valores baseados nas ideias francesas do iluminismo", defendem António Costa, Pedro Sánchez e Olaf Scholz.

Num artigo conjunto publicado nos jornais Público (Portugal), El País (Espanha) e Le Monde (França) com o título "França a votos: pela extrema-direita ou pela Europa", os três líderes socialistas e social-democrata europeus alertam para os riscos colocados pela candidatura de Marine Le Pen, numa altura em que a Europa se encontra num "momento de viragem", após o que consideram "uma tentativa de reescrever a História" por parte do Presidente russo, Vladimir Putin, com o "ataque brutal" lançado "contra a Ucrânia e o seu povo".

"As imagens de Mariupol, Bucha ou Kramatorsk evocam memórias dos tempos mais obscuros da Europa", referem, advertindo que a "guerra de Putin" é contra os valores da democracia, soberania, liberdade e Estado de direito.

"Os populistas e a extrema-direita em todos os nossos países têm vindo a identificar Putin como uma referência ideológica e política, repetindo as suas alegações chauvinistas. Fizeram eco dos seus ataques contra as minorias e a diversidade e do seu objetivo de uniformidade nacionalista. Não devemos esquecer isso, independentemente de quanto esses políticos tentem distanciar-se do agressor russo", defendem.

Sánchez, Scholz e Costa consideram a contribuição da França como essencial para uma Europa forte e unida que defende a paz e a ordem internacional, pelo que apelam aos franceses para que apoiem Macron nas eleições de domingo.

"Precisamos da França do nosso lado. Uma França que foi uma e outra vez um farol de democracia e da fraternidade para a Europa e o mundo. A nação que acolheu os nossos exilados que fugiam das ditaduras de Franco e Salazar. Uma França que defende a justiça contra líderes não democráticos como Putin. Uma França que representa os nossos valores comuns, na Europa em que nos reconhecemos, que é livre e aberta ao mundo, soberana e europeia, ao mesmo tempo que é forte e solidária", acrescentam.

Emmanuel Macron e Marine Le Pen passaram à segunda volta na corrida ao Eliseu com 27,8% e 23,2% dos votos, respetivamente. As últimas sondagens mostram um aumento da vantagem do Presidente cessante em relação à candidata da extrema-direita.

Relacionados

Europa

Mais Europa

Mais Lidas

Patrocinados