Divulgação de e-mails: «Foi devastador para a imagem do Benfica»

3 out 2022, 14:34
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Vice-presidentes do clube encarnado alegam impacto «notório» e «devastador» da prática

Manuel de Brito e Luís Mendes, vice-presidentes do Benfica, salientaram esta segunda-feira em tribunal que a divulgação de emails sobre o clube por parte do Porto Canal, em 2017 e 2018, teve um impacto «notório» e «devastador».

Na segunda sessão do julgamento, que decorreu no Juízo Central Criminal de Lisboa e que tem como arguidos o jornalista e ex-diretor do Porto Canal, Júlio Magalhães, o diretor de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques, e o diretor de conteúdos dos dragões, Diogo Faria, os dirigentes dos encarnados salientaram os efeitos reputacionais e desportivos.

«Na altura foi devastador para a imagem do Benfica», considerou o vice-presidente Luís Mendes, que apenas assumiu estas funções com a eleição de Rui Costa para a presidência, continuando: «Do ponto de vista reputacional foi terrível. Do ponto de vista desportivo, acabou por ter alguma influência nos agentes desportivos e na forma como interagiam com o Benfica, como as arbitragens. Não sou especialista, mas tenho a minha visão de adepto».

Já Manuel de Brito, apesar de só ter ascendido ao cargo após os factos do processo, sublinhou que «acompanhava já como sócio a vida do clube» e afirmou que parte das informações divulgadas no programa Universo Porto – Da Bancada «foi alterada, truncada e divulgada da forma mais conveniente por esse canal.»

«A divulgação desses emails teve um impacto notório e em caso de dúvida o Benfica era sempre penalizado», observou o dirigente ligado à expansão internacional do clube.

A maior parte da manhã ficou preenchida com a audição do antigo presidente da Mesa da Assembleia Geral da Liga de Clubes Carlos Deus Pereira, que assegurou não ter autorizado a exposição pública de emails particulares.

«Tive conhecimento através da televisão. Em direto fui surpreendido pelo Porto Canal com um indivíduo a mostrar um email supostamente meu. O email que enviei no âmbito das minhas atividades associativas e que apareceu não correspondia ao email que, na realidade, eu tinha reencaminhado. Foi alterado», garantiu.

Francisco J. Marques é acusado de três crimes de violação de correspondência ou de telecomunicações, três crimes de violação de correspondência ou de telecomunicações agravados, em concurso aparente com três crimes de devassa da vida privada, e um crime de acesso indevido. O diretor de comunicação do FC Porto responde ainda por cinco crimes de ofensa a pessoa coletiva agravados e um crime de ofensa à pessoa coletiva agravado na sequência de uma acusação particular.

Já Diogo Faria responde por um crime de violação de correspondência ou de telecomunicações e um crime de acesso indevido, além de um crime de ofensa à pessoa coletiva agravado em acusação particular.

Por último, Júlio Magalhães está acusado pelo Ministério Público de três crimes de violação de correspondência ou de telecomunicações agravados, em concurso aparente com três crimes de devassa da vida privada, bem como cinco crimes de ofensa a pessoa coletiva agravados.

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