"O pássaro está livre". Elon Musk toma controlo do Twitter e afasta diretores

Agência Lusa , AM
28 out 2022, 06:07

Empresário diz ainda que defende liberdade de expressão, mas que quer evitar que Twitter se torne “infernal”

Elon Musk tomou o controlo do Twitter e afastou o diretor executivo, o diretor financeiro e o conselho geral da empresa, disseram à agência de notícias Associated Press duas fontes familiarizadas com o negócio.

O afastamento acontece a poucas horas do prazo estabelecido por um juiz para que fosse finalizado o acordo na sexta-feira [esta quinta-feira em Lisboa].

Posteriormente, Elon Musk usou a sua conta no Twitter para anunciar que "o pássaro está livre", numa alusão ao pássaro azul que constitui o logótipo, confirmando a compra da rede social.

Espera-se que as grandes mudanças de pessoal sejam a primeira de muitas a realizar por Musk, que prometeu aumentar a base de utilizadores e as receitas da rede social.

No início do dia, Musk tentou acalmar os anunciantes do Twitter, dizendo que está a comprar a plataforma para ajudar a humanidade e não quer que esta se torne uma "paisagem infernal livre para todos".

A mensagem parecia destinar-se a abordar as preocupações dos anunciantes - a principal fonte de receitas do Twitter - de que os planos de Musk para promover a liberdade de expressão, através da redução da moderação de conteúdo, vão abrir a porta a mais toxicidade 'online' e afastar utilizadores.

"A razão pela qual adquiri o Twitter é porque é importante para o futuro da civilização ter uma praça comum da cidade digital, onde uma vasta gama de crenças pode ser debatida de forma saudável, sem recorrer à violência", escreveu Musk, numa rara mensagem longa.

E concluiu: "Existe atualmente um grande perigo de os meios de comunicação social se dividirem em câmaras de eco de extrema direita e de extrema esquerda que geram mais ódio e dividem a sociedade".

O prazo de sexta-feira para fechar o negócio foi ordenado pelo tribunal no início de outubro. É o último passo de uma batalha que começou em abril com Musk a assinar um acordo para adquirir o Twitter, seguindo-se um recuo, levando o Twitter a processar o empresário.

Musk quer evitar que Twitter se torne “infernal”

O empresário procurou tranquilizar os anunciantes esta quinta-feira, ao assegurar que quer permitir todas as formas de expressões na rede social sem a tornar numa plataforma “infernal”.

É "importante para o futuro da civilização ter uma praça pública ‘online’ onde uma grande variedade de opiniões pode debater de forma saudável, sem recorrer à violência", sublinhou o dono da Tesla, numa mensagem dirigida especificamente às empresas que compram publicidade na rede social.

“Dito isso, o Twitter obviamente não pode ser um lugar infernal aberto a todos, onde qualquer coisa pode ser dita sem consequências”, acrescentou.

A compra do Twitter pelo bilionário ainda não está oficialmente concluída, mas há vários sinais de que o negócio está em andamento e que, salvo mais uma reviravolta, a saga de meses entre o empresário e a rede social deve chegar ao fim.

Esta quarta-feira, Elon Musk entrou na sede daquela rede social em São Francisco, nos Estados Unidos, com uma pia.

Numa publicação no Twitter, o filantropo que tem três nacionalidades diferentes (sul-africano, canadiano e norte-americano) escreveu: “Entering Twitter HQ - let that sink in!”, que em português traduz-se para algo como “A entrar na sede do Twitter – reflitam”.

O empresário também mudou o seu perfil no Twitter, referindo-se como “Chief Twit”, sendo que em inglês “twit” significa “idiota”, e mudou a sua localização para a sede da rede social em São Francisco, dando indícios da conclusão do negócio.

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