Conselho Europeu de Investigação atribui 600 mil euros a quatro cientistas portugueses

Agência Lusa , PF
7 fev 2022, 11:13
Elvira Fortunato

Elvira Fortunato, Cecília Roque, Manuela Gomes e João Barata estão entre os 116 investigadores europeus contemplados com estas bolsas

Quatro cientistas portugueses vão receber bolsas do Conselho Europeu de Investigação, no valor total de 600 mil euros, por projetos ligados à eletrónica sustentável, ao cancro e à engenharia de tecidos, segundo anúncio feito esta segunda-feira.

Elvira Fortunato, Cecília Roque (ambas da Universidade Nova de Lisboa), Manuela Gomes (Universidade do Minho) e João Barata (Universidade de Lisboa) foram os distinguidos com uma bolsa de prova de conceito no valor unitário de 150 mil euros, indicou numa nota o Ministério da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior.

Os quatro portugueses estão entre os 166 investigadores europeus agora contemplados com estas bolsas, que totalizam 24,9 milhões de euros.

O Conselho Europeu de Investigação é um organismo da União Europeia que financia a investigação científica, nomeadamente através de bolsas.

Com as bolsas de prova de conceito, os cientistas "deverão utilizar o financiamento para passar da teoria à prática: perceber a viabilidade dos conceitos científicos em desenvolvimento, assim como explorar oportunidades de negócio ou preparar candidaturas de patente", refere em comunicado a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, onde as premiadas Elvira Fortunato e Cecília Roque trabalham e lecionam.

Elvira Fortunato, vice-reitora da Universidade Nova de Lisboa e diretora do Centro de Investigação de Materiais, lidera um projeto que visa "reduzir o lixo eletrónico", evitando o recurso a "materiais metálicos escassos e não ecológicos" e a processos de fabrico "dispendiosos, poluentes e demorados".

A inventora do "papel eletrónico" propõe-se desenvolver vários protótipos, e avaliar o seu desempenho elétrico, a partir de materiais flexíveis e recicláveis baseados no grafeno.

Cecília Roque, investigadora do Laboratório de Engenharia Biomolecular da Unidade de Ciências Biomoleculares Aplicadas, coordena um projeto que pretende "avaliar a viabilidade tecnológica e de negócio de um método de vigilância do cancro da bexiga não invasivo, rápido e de baixo custo", salienta o mesmo comunicado da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.

João Barata, que lidera o laboratório de Sinalização em Cancro no Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes, da Universidade de Lisboa, concorreu com um trabalho sobre uma terapia genética para a leucemia linfoblástica aguda de células T, um tipo de cancro do sangue.

Manuela Gomes, que trabalha no Instituto de Investigação em Biomateriais, Biodegradáveis e Biomiméticos da Universidade do Minho, obteve a bolsa europeia com um projeto que visa recriar a estrutura fibrilar dos tecidos humanos, com possível aplicação na medicina regenerativa.

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