EDP “não beneficiou” das subidas dos preços e vai manter política de estabilidade, garante CEO

Agência Lusa , BCE
17 fev 2022, 18:01
EDP

Em 2021, a EDP teve lucros atribuíveis aos acionistas de 657 milhões de euros, uma redução de 18% em termos homólogos, adiantou a empresa em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM)

O presidente executivo da EDP disse esta quinta-feira que a empresa não beneficiou das subidas dos preços da energia nos mercados grossistas, marcados por volatilidade em 2021, e que vai manter política de estabilidade nos preços em 2022.

“Tem havido grande volatilidade nos preços da energia, a EDP não beneficiou destas subidas precisamente porque esteve sempre do lado do cliente e absorveu o impacto desta volatilidade”, afirmou Miguel Stilwell d’Andrade em conferência de imprensa ‘online’, após a comunicação ao mercado dos resultados de 2021.

Stilwell d’Andrade sublinhou que os 4,2 milhões de clientes domésticos em Portugal da EDP Comercial não sentiram o impacto da subida dos preços em 2021 e que o propósito da empresa “é claramente de proteger os clientes e de assegurar a confiança que eles têm” na EDP.

A EDP teve em 2021 lucros atribuíveis aos acionistas de 657 milhões de euros, uma redução de 18% em termos homólogos, adiantou a empresa em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Na nota ao mercado, a empresa adianta que os resultados foram penalizados "por efeitos não recorrentes de 169 milhões de euros em 2021, incluindo imparidades associadas ao portefólio de centrais térmicas no mercado Ibérico".

Excluindo estes impactos, o resultado líquido recorrente cresceu 6% para 826 milhões de euros, suportado pelo desempenho positivo do negócio global de renováveis, a integração da Viesgo em Espanha e crescimento das operações de redes de eletricidade no Brasil.

Por outro lado, refere, "o desempenho da EDP em 2021 foi penalizado pela subida dos preços de energia nos mercados grossistas internacionais, e recursos hídricos abaixo da média na Península Ibérica".

EDP vai investir “cada vez mais” no hidrogénio, mas está a analisar projetos

Também esta quinta-feira o presidente executivo da EDP disse que a empresa vai investir “cada vez mais no hidrogénio”, havendo vários projetos em desenvolvimento, os quais muitos em Espanha, mas ainda “na fase mais técnica de análise”.

“Já mostrámos que vamos investir cada vez mais nesta energia, acreditamos que fará parte da descarbonização da economia como um todo”, afirmou Miguel Stilwell d’Andrade, em conferência de imprensa ‘online’ sobre os resultados de 2021.

Stilwell d’Andrade assinalou que há vontade por parte dos governos em alocar parte dos fundos europeus no desenvolvimento deste tipo de tecnologias.

A maior parte dos projetos, referiu, trata-se de descomissionamentos de centrais térmicas, por exemplo, reconvertendo-as em locais de produção de energias renováveis e hidrogénio.

Na apresentação dos resultados de 2020, o presidente executivo da EDP disse que o hidrogénio verde é um tipo de energia que vai “explodir” no decurso da próxima década e que a energética está preparada para tirar vantagem disso, estando já a analisar 20 projetos.

A EDP é uma das empresas que faz parte do consórcio H2Sines, um projeto para analisar a possibilidade de produzir hidrogénio verde em Sines.

De acordo com o plano estratégico, a EDP quer ter mais 50 gigawatt (GW) em energia limpa até 2030, passando de uma produção renovável atual de 74% para 100% em 2030.

O grupo pretende investir 24.000 milhões de euros na transição energética, dos quais 19.200 milhões de euros (80%) em energias renováveis até 2025, que inclui tecnologias eólica, solar, hidrogénio verde e armazenamento de energia.

EDP vai concorrer ao leilão de energia solar flutuante

Miguel Stilwell d’Andrade disse que a empresa vai concorrer ao leilão de energia solar flutuante, que arrancou no final de novembro, com um total de 262 megawatts (MW) em sete barragens.

“Se nós vamos continuar a investir em projetos renováveis em Portugal? Claramente que sim, nós continuamos sempre que haja oportunidades e haverá, por exemplo, agora mais um leilão de solar flutuante no curto prazo, portanto, iremos participar também nesse”, afirmou Stilwell d’Andrade.

O presidente executivo sublinhou que a EDP tem participado em todos os leilões realizados em Portugal nos últimos anos e pretende continuar a fazê-lo.

“Consideramos que Portugal tem boas condições, tem bom recurso eólico, solar, portanto tem todo o potencial para podermos investir mais em Portugal e estamos disponíveis para isso”, acrescentou Stilwell d’Andrade.

O leilão de 262 megawatts (MW) de energia solar flutuante em sete albufeiras de barragens nacionais arrancou em 26 de novembro e a licitação decorre em 04 de abril, sendo o período para entrega de propostas entre 29 de janeiro e 02 de março, de acordo com o calendário enviado à Lusa.

O Governo vai leiloar a exploração de 262 megawatts (MW) de energia solar em sete barragens do país, dos quais 100 em Alqueva, o "maior projeto de solar flutuante no mundo", segundo o secretário de Estado João Galamba.

"Neste leilão serão apenas colocados 262 MW em sete diferentes barragens: Alqueva, Castelo de Bode, Cabril, Alto Rabagão, Paradela, Salamonde e Tabuaço. As áreas ou capacidade disponível vão desde o mínimo de 8 MW na barragem de Salamonde até 100 MW na barragem de Alqueva", disse o secretário de Estado Adjunto e da Energia, João Galamba, na apresentação.

João Galamba disse que no caso da barragem alentejana, o leilão, "a ser ganho por um único projeto, será o maior projeto de solar flutuante no mundo".

Na região hidrográfica do Tejo, serão leiloados 50 MW em Castelo de Bode e 33 MW no Cabril, e na região Norte serão leiloados 42 MW no Alto Rabagão, 17 em Vilar-Tabuaço, 13 MW em Paradela e oito em Salamonde.

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