Os terceiros lugares em Faro e Sintra podem não agradar ao líder do segundo maior partido com representação parlamentar, sobretudo porque são terceiros mas longe, bem longe de PS e PSD. Mas, face às autárquicas de 2021, o Chega cresce. Embora em 2021 as votações tenham sido bastantes curtas, sempre abaixo de 10%
André Ventura lançou os seus principais “braços-direitos” (Pedro Pinto e Rita Matias, não necessariamente por esta ordem) às feras e deu-se mal, ou pode vir a dar-se. Embora a leitura de Ventura deva ser outra, a de ter, ao fim ao cabo, “crescido”. Mas a noite ainda é uma criança para saber o que dirá, no fim, o “primeiro-ministro sombra” — ele que como tem sido hábito começa a noite na missa, em São Nicolau, e só mais tarde vai à sede de campanha.
Vamos por partes, começando por Matias, cujas expectativas seriam (pelo menos no discurso, não tanto na rua e no acolhimento que alcançou em campanha nas ruas de Sintra ) de vitória e acaba, segundo a projeção da Pitagórica (em parceria com ICS, ISCTE e GfK) para a TVI e a CNN Portugal, em terceiro, com uma votação esperada entre 19,4 e 23,6%. Ou seja, bem distante dos “líderes” (em situação de empate técnico na projeção) Marco Almeida e Ana Mendes Godinho, apoiados por PSD e PS.
No entanto, se Ventura quiser ver o seu copo meio cheio, o Chega até cresce em Sintra, tendo em conta que nas autárquicas de 2021 alcançou somente 9,09% dos votos.
Em Faro, Pedro Pinto também poderá ser, a julgar pela projeção da Pitagórica, fortemente derrotado, alcançando entre 14 e 17,8% dos votos — bem atrás, mais uma vez, dos candidatos apoiados pelo Partido Socialista e Partido Social Democrata: António Pina e Cristóvão Norte, respectivamente.
Aqui como em Sintra, e apesar da distância para os partidos do arco da governação daquele que é ao dia de hoje o segundo partido mais representado no Parlamento, a verdade é que o Chega cresceu face a 2021 — quando obteve míseros 5,13% dos votos.
Outros casos de derrota, e larga derrota, mas com melhoria, são Porto e Lisboa.
No Porto, Miguel Côrte-Real chega no máximo, na projeção da Pitagórica, aos 10,2% dos votos, mas é ainda assim mais do que em 2021, quando o Chega obteve residuais 2,95%. Em Lisboa, o Chega conseguiu nas autárquicas passadas 4,41% dos votos, podendo agora Bruno Mascarenhas chegar, na melhor das hipóteses, aos 11,1%.