José Luís Carneiro com caminho livre para liderar o PS

22 mai, 22:28
José Luís Carneiro (LUSA)

Fernando Medina já se afastou e os restantes candidatos devem fazer o mesmo. Eleições internas vão acontecer ainda antes das autárquicas

José Luís Carneiro será, ao que tudo indica, candidato único à liderança do PS, partido que sofreu uma pesada derrota nas eleições de domingo, arriscando-se mesmo a ser terceiro, caso o Chega vença os círculos eleitorais da emigração.

A CNN Portugal sabe que esse cenário ganha peso, já que há um conjunto de decisões que apontam nesse sentido.

Carlos César, presidente do PS que passa a liderar o partido interinamente já a partir de sábado, quando Pedro Nuno Santos deixa de ser secretário-geral, quer que o futuro seja decidido ainda antes das eleições autárquicas, o que obriga à realização de eleições mais rápidas.

O calendário apontado pelo presidente do PS é entre o fim de junho e o início de julho, o que deixa José Luís Carneiro, que perdeu as primárias em 2023, como o único candidato à corrida.

Na mesma senda, e dando força ao cenário, Fernando Medina já veio descartar uma candidatura, deixando a entender que até a podia ponderar, mas que o calendário definido não foi o melhor.

"Creio que o lançamento de uma candidatura na segunda-feira [por José Luís Carneiro], iniciou um processo interno, no fundo contagem de espingardas, que inviabiliza que esse debate profundo se faça antes", referiu, em declarações ao canal Now.

Isto porque, como muitos outros militantes têm dito, o homem que partilhou o Conselho de Ministros com José Luís Carneiro nos tempos de António Costa pedia “uma reflexão profunda, lúcida e fria sobre o novo quadro político”.

Nomes como Mariana Vieira da Silva, Ana Catarina Mendes ou Duarte Cordeiro também estarão fora da corrida, o que deixa José Luís Carneiro sozinho para assumir a liderança do PS ainda antes das autárquicas.

De acordo com a agência Lusa, Carlos César ouviu nas últimas horas "diversas personalidades apontadas como possíveis candidatos à liderança do PS e optou pelo cenário de eleições imediatas apenas para o cargo de secretário-geral do partido" na sequência da demissão de Pedro Nuno Santos do cargo.

Esta proposta, que será levada à Comissão Nacional do PS de sábado, foi subscrita também pelo líder do PS cessante, de acordo com a mesma fonte.

Na segunda-feira, o antigo candidato à liderança socialista, José Luís Carneiro, assegurou que estará disponível para servir o PS e Portugal, considerando que o partido deve fazer "uma reflexão profunda" e abrir um novo ciclo, contribuindo para a estabilidade política.

Também Mariana Vieira da Silva disse, na terça-feira, estar disponível para ajudar o PS a encontrar um "caminho de união" e que nunca excluiu uma candidatura, mas rejeitou pressa no processo para a nova liderança que deve ouvir as sensibilidades.

Partidos

Mais Partidos
IOL Footer MIN