Rui Rio reúne comissão política ainda esta semana: oposição interna à espera, Montenegro preparado

31 jan 2022, 23:58

Miguel Pinto Luz também faz contas, Jorge Moreira da Silva está a fazer a sua reflexão. Paulo Rangel não é dado como excluído. Conselho nacional no final de fevereiro ou março, eleições diretas em abril

“Calma”, “serenidade”, “aguardemos”, “agora não vamos falar”.

No PSD, depois do choque de uma noite eleitoral com uma derrota de uma dimensão que ninguém esperava, o silêncio. 
Não é que a oposição interna tenha serenado, é só sinal de que ninguém quer dar o passo em frente antes de perceber exatamente o que vai fazer Rui Rio.

“Agora o Rio que fale”, diz à CNN o presidente de uma distrital que apoiou Paulo Rangel nas últimas eleições internas. A declaração do líder do presidente do PSD no domingo deixou para o dia seguinte interrogações sobre o que vai fazer a seguir o atual líder do partido: Rui Rio afirmou que não via como pudesse ser útil para o PSD com quatro anos de maioria absoluta do PS pela frente e achou que foi claro, mas todos querem saber quando e como é que essas palavras se vão concretizar. Formalmente, Rui Rio não se demitiu e pareceu propositadamente deixar a dúvida, mas no núcleo duro ninguém parece hesitar: vai-se embora, dizem à CNN fontes próximas do líder.

Aguarda-se a marcação da reunião da Comissão Política Nacional, que vai ser ainda esta semana, sabe a CNN. A partir daí será pedida a marcação de um conselho nacional extraordinário e só depois será aberto o processo eleitoral interno: diretas primeiro, congresso depois. 

David Justino, vice-presidente do partido, deu parte da resposta a essas dúvidas esta segunda-feira à noite na CNN, adiantando que essa reunião magna pode acontecer no final de fevereiro ou princípio de março, o que deve atirar para abril as eleições internas. 

Não há pressa, dizem do lado de Rui Rio. E os críticos também não terão demasiada pressa. Afinal de contas, há quatro anos de maioria absoluta do PS pela frente e será preciso ganhar pelo menos duas eleições diretas, já que os mandatos são de dois anos. Podem ser três se as eleições forem muito cedo.

Os potenciais sucessores estão por isso, à espera mas não parados.

Ninguém assumiu ainda a candidatura, mas várias fontes dão conta de movimentações e contactos entre os apoiantes de Luís Montenegro. Internamente, a ordem é de silêncio. Ainda não é o momento.

Miguel Pinto Luz também estará, ao que a CNN apurou, a fazer as suas contas, e Jorge Moreira da Silva está igualmente a fazer a sua reflexão. Paulo Rangel também não é dado como excluído, embora "esteja diminuído" depois da derrota de há dois meses.

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