Proposta do PS da semana de trabalho de quatro dias não tem conteúdo, acusa CGTP

Agência Lusa , DCT
18 jan 2022, 15:10
Isabel Camarinha - CGTP

Isabel Camarinha disse ainda que as maiorias absolutas retiram direitos aos trabalhadores e que a futura composição do parlamento deve garantir “uma relação de forças” sem maiorias absolutas do PS e do PSD

A secretária-geral da CGTP considerou esta terça-feira que a proposta do PS sobre a semana de trabalho de quatro dias “não tem conteúdo”, reafirmando que a intersindical mantém a reivindicação da redução do horário de trabalho para 35 horas semanais.

O Partido Socialista lança esta ideia, mas sem conteúdo absolutamente nenhum”, afirmou aos jornalistas Isabel Camarinha, na Marinha Grande, distrito de Leiria, onde participou na manifestação evocativa do 88.º aniversário do movimento operário do 18 de Janeiro de 1934.

Segundo Isabel Camarinha, o secretário-geral do PS e também primeiro-ministro, António Costa, “até já se descaiu ligeiramente quando disse que até podia ser com o aumento do horário nos quatro dias de trabalho”.

Ora o que é necessário não é aumentar o horário de trabalho em dia nenhum da semana, o que é necessário e imprescindível é que, de facto, os avanços da ciência e da técnica tenham consequência na evolução da sociedade”, declarou.

Na segunda-feira, num encontro organizado pelas Mulheres Socialistas, em Lisboa, o secretário-geral do PS e primeiro-ministro, António Costa, abordou a semana de quatro dias de trabalho – uma proposta que, no programa eleitoral, o partido se compromete a ponderar para certos setores -, considerando que se trata de um “debate que é necessário fazer na sociedade portuguesa”.

CGTP alerta: Maiorias absolutas retiram direitos aos trabalhadores

Isabel Camarinha disse que as maiorias absolutas retiram direitos aos trabalhadores e que a futura composição do parlamento deve garantir “uma relação de forças” sem maiorias absolutas do PS e do PSD.

Os trabalhadores portugueses sabem que maiorias absolutas no nosso país têm resultado em continuação de uma política que não desenvolve o país e que retira direitos aos trabalhadores”, afirmou Isabel Camarinha.

Isabel Camarinha referiu que “foi com maiorias absolutas que se privatizaram empresas de setores estratégicos”, que se “aprovou Códigos do Trabalho em que são retirados direitos aos trabalhadores e em que não é garantido o equilíbrio na relação de trabalho”.

Foi com maiorias absolutas que se tentou aumentar a exploração e o empobrecimento de quem trabalha, não valorizando o trabalho e os trabalhadores”, continuou.

Referindo que “o Partido Socialista está a pedir uma maioria absoluta”, a sindicalista avisou: “Mas nós conhecemos as maiorias absolutas do Partido Socialista e tiveram este traço”.

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