Quando questionados se estão dispostos a aliar-se ao PS para derrubar um governo de direita, Inês Sousa Real deu a entender que sim, mas apenas com um “acordo escrito”, já Paulo Raimundo fugiu à questão.
Num debate ameno em que houve poucos pontos de discórdia, tanto Inês Sousa Real como Paulo Raimundo rejeitam que o PAN e a CDU, respetivamente, estejam a lutar pela sobrevivência no Parlamento.
O debate começou com a corrupção como tema central e com os dois partidos a defender um maior combate e um escrutínio mais eficaz. Inês Sousa Real defendeu que é essencial que se regulamente o lobby e garantiu que “se esta lei estivesse em vigor, sabíamos com quem João Galamba” se reunia no caso do Data Center. Já Paulo Raimundo disse que “há motivações diferentes para quem quer avançar com a regulamentação” do lobbying, mas recusou dizer que o PAN é cúmplice por estar aliado a partidos que querem avançar com medidas de combate, cumplicidade que Inês Sousa Real prontamente rejeitou.
Quando questionados se estão dispostos a aliar-se ao PS para derrubar um governo de direita, Inês Sousa Real deu a entender que sim, mas apenas com um “acordo escrito”, já Paulo Raimundo fugiu à questão, ainda que dizendo que quer evitar a direita no poder.
A discórdia surgiu no tema da agricultura, mas ainda assim q.b., com uma única troca de acusações entre os dois representantes partidários ao longo de todo o debate. Inês Sousa Real acusou o PCP de não votar ao lado do PAN e sobre as medidas para a agricultura e Paulo Raimundo devolveu, dizendo que a questão ambiental é distinta da questão atual dos agricultores. “Talvez pelas mesmas razões que o PAN não nos acompanhou quando avançámos com uma proposta de apoios extraordinários”, justificou o representante do PCP, tendo Inês Sousa Real respondido de imediato que a medida continha matérias sobre o uso de combustíveis fósseis.
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Paulo Raimundo afirmou que as reivindicações dos agricultores “são justas” e que “o sufoco que vivem é o da política agrícola comum”, também criticada por Inês Sousa Real. Sobre este tema, a porta-voz do PAN vincou que “a lógica da política agrícola comum está invertida” e prejudica os agricultores, apontando o dedo àquilo que chamou “políticas cegas do Governo”, dando o exemplo das quotas impostas na água no Algarve. Quanto a medidas, o PAN defendeu mais apoios à produção biológica, já o PCP considerou que “o Estado devia ser centro de compras e fazer revenda aos produtores”.
Quanto à saúde, outra discórdia q.b. O PAN deu a entender que o recurso ao privado pode ser uma solução a “curto prazo”, já o PCP rejeitou essa opção.