Os recentes incidentes de violência nas escolas portuguesas, como o esfaqueamento na Azambuja e os tiros em Benfica, fora outros que nem chegam às notícias, exigem um debate sério e aprofundado sobre a indisciplina escolar. Não podemos continuar a ignorar a escalada da violência e a necessidade de medidas eficazes para garantir a segurança e o bem-estar de alunos e professores.
A definição de indisciplina é complexa e multifacetada. Para alguns, trata-se de um comportamento desviante em relação às normas escolares e sociais, enquanto outros preferem o termo "limite", evitando a conotação militarista. Independente da definição, é crucial reconhecer que a indisciplina não se limita à dimensão comportamental, sendo influenciada por fatores internos e externos à escola.
A indisciplina em si é um problema complexo, com causas que vão além da sala de aula. A desresponsabilização dos pais, a desvalorização dos professores, a culpabilização exclusiva destes, as regras mal definidas, as turmas grandes, a falta de interesse dos alunos, as dificuldades de aprendizagem são alguns dos fatores que contribuem para o problema.
Acredito que a responsabilização dos pais é fundamental para combater a indisciplina. É na família que se estabelecem os primeiros limites e valores e a falta de acompanhamento e apoio dos pais pode ter consequências graves no comportamento dos alunos. Há estudos que comprovam isso!
Propomos a obrigatoriedade de o Encarregado de Educação responsabilizar -se ativamente pelos deveres de assiduidade e de disciplina dos seus educandos e, caso não cumpra, nas sanções deve estar incluída uma alínea que preveja consequências para os pais em caso de reincidência de atos de indisciplina por parte dos seus educandos. Essa medida, embora possa parecer drástica, é necessária para garantir que os pais se envolvam ativamente na educação dos seus filhos e contribuam para um ambiente escolar mais seguro e respeitoso.
Além da responsabilização dos pais, outras medidas são essenciais para combater a indisciplina.
A Valorização dos professores é fundamental. Garantir que eles tenham o apoio e as condições necessárias para exercer a sua profissão com segurança e dignidade tem de ser uma prioridade nacional.
Para isso, as regras de conduta devem ser claras e bem definidas, com sanções justas e proporcionais para os casos de indisciplina.
Em determinados contextos, a redução do tamanho das turmas permitiria um acompanhamento mais individualizado dos alunos e facilitaria a gestão da disciplina. Os espaços escolares devem ser adequados, não degradados, e bem equipados, pois, assim sendo, contribuem para um ambiente de aprendizagem mais positivo e favorável à disciplina.
A indisciplina nas escolas é um problema complexo, e com origem diversificada, que exige uma abordagem multifacetada. É hora de agir e construir um futuro melhor para nossos alunos e para a sociedade como um todo. Haja coragem!