600 mil computadores prestes a ser distribuídos pelos alunos, garante Governo

Agência Lusa , DCT
7 dez 2021, 18:42
Computador e calculadora

Além da distribuição de equipamentos, o programa prevê também novas infraestruturas nas escolas capazes de fornecer internet com mais qualidade e mais recursos

Os cerca de 600 mil computadores destinados aos alunos do ensino obrigatório estão prestes a chegar e ser distribuídos, ficando concluído o processo de atribuição de equipamentos pelos estudantes, anunciou esta terça-feira o secretário de estado da Educação.

“Estamos neste momento já em fase de chegada e distribuição dos restantes 600 mil para atingirmos o pleno dos alunos”, afirmou o secretário de estado Adjunto e da Educação, João Costa, durante o webinar “O Digital na Educação” promovido pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), que está a decorrer online.

No passado ano letivo, o Ministério da Educação distribuiu cerca de 450 mil computadores e hotspots de internet, segundo um programa que começou por se focar nos alunos mais carenciados (com Apoio Social Escolar).

Faltavam cerca de 600 mil para abranger professores e todos os alunos do ensino obrigatório da rede pública, tal como desenhado no programa Escola Digital, financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Além da distribuição de equipamentos, o programa prevê também novas infraestruturas nas escolas capazes de fornecer internet com mais qualidade e mais recursos, a formação de professores ou a produção de recursos educativos digitais.  

Docentes interessados em ter formação de informática

A presidente do Conselho Nacional de Educação, Maria Emília Brederode Santos, recordou um estudo realizado pelo CNE que revelou que 90% dos docentes estavam interessados em ter formação na área da informática.

O secretário de estado salientou, no entanto, que “não vale a pena ter toda a competência tecnológica e capacidade de manipular a tecnologia” se não existir um trabalho de literacia de informação e dos média.

“Nesta avalanche de informação já não somos apenas consumidores de conteúdos. Desde muito novos, as crianças e jovens são também produtores de conteúdos e isso traz muitas questões, sobretudo, de natureza ética, como a ética da navegação”, salientou o governante.

As escolas precisam também de trabalhar o pensamento critico dos alunos. Num tempo em que “o manual escolar em formato livro não é o único instrumento que existe na sala de aula”, os alunos têm de estar preparados para questionar e conseguir distinguir a informação que lhes é oferecida.

Os jovens têm de ser capazes de avaliar fontes, detetar informação falsa, distinguir factos de opiniões, ter capacidade de contrastar diferentes fontes de informação, disse João Costa.

Transição digital já era um objetivo, diz o Governo

Durante o webinar, o Governo recordou que a transição digital já era um objetivo que apenas se tornou “mais emergente e acelerado” com a pandemia: “A pandemia foi um acelerador nas necessidades da transição digital”.

João Costa salientou que o currículo dos alunos, desde o pré-escolar ao secundário, já previa a integração de competências digitais e que o plano de transição digital na educação existia antes da covid-19.

Mas, sublinhou, nunca teve o intuito de se substituir ao ensino em contexto da escola, porque “nenhuma máquina substitui a relação humana”.

Para João Costa, o que aconteceu em 2020 e em 2021 quando os alunos foram mandados para casa não se pode chamar de “educação à distância” ou “educação digital”. Houve sim, defendeu, uma “resposta de emergência a uma situação inesperada para a qual não houve tempo de preparação”.

A pandemia colocou os “sistemas educativos debaixo de uma lupa” que veio mostrar o “quanto as desigualdades sociais aumentaram”, disse João Costa, defendendo que no processo de transição digital “a agenda da equidade tem de estar acima da agenda da transição digital” e que “o objetivo maior é combater as desigualdades e garantir a equidade”.

O programa de Governo previa que até 2023 todos os alunos do ensino básico e secundário das escolas públicas teriam um computador, mas com a pandemia de covid-19 e o repentino encerramento das escolas, António Costa prometeu em abril de 2020 que, no ano letivo seguinte, todos os estudantes teriam um computador.

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