Ativistas pintam fachada da sede da EDP em protesto contra lucros

Agência Lusa , MM
2 mar 2023, 15:42
Fachada da sede da EDP pintada. Reprodução Climáximo

Associação Parar o Gás critica ainda a empresa por "continuar a importar gás para Portugal, tendo contratos de importação de gás até pelo menos 2040"

Ativistas do movimento Parar o Gás pintaram, esta quinta-feira, com tinta amarela, a fachada de sede da EDP, em Lisboa, em protesto contra o aumento dos lucros da empresa de energia no ano passado.

A EDP comunicou na quarta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) ter totalizado 679 milhões de euros de lucro em 2022, mais 3% do que no ano anterior.

“Esta manhã, apoiantes de Parar o Gás denunciaram os lucros de 679 milhões de euros da EDP durante 2022, ano marcado pela seca extrema causada por alterações climáticas e aumento das contas da casa e preços da comida, sentidos pela maioria das pessoas em Portugal”, indica o movimento num comunicado.

O Parar o Gás acusa a empresa do setor energético de “atividades criminosas” por “continuar a importar gás para Portugal, tendo contratos de importação de gás até pelo menos 2040, tal como por produzir eletricidade através de gás fóssil, nas suas duas centrais de ciclo combinado” no país.

“Há já muito tempo que a EDP sabe que a queima de gás fóssil, tal como de todos os combustíveis fósseis, é a causa das alterações climáticas extremas que experienciamos e que continuam a agravar-se”, assinala, defendendo ser “necessária uma transição energética” e deixar de “usar gás fóssil”.

“Como alternativa ao colapso climático e à austeridade”, o movimento defende “100% de eletricidade renovável e acessível a todas as pessoas até 2025”.

Convida também as pessoas a saírem à rua na sexta-feira, dia de Greve Climática Global, e a 01 de abril para a “Manifestação pelo Direito à Habitação”, bem como a participarem “no protesto de resistência civil no dia 13 de maio, que irá bloquear a entrada principal de Gás Fóssil em Portugal, o terminal de Gás Natural Liquefeito em Sines”.

As alterações climáticas, que o secretário-geral da ONU, António Guterres, considerou o maior problema da humanidade, são atribuídas aos efeitos da atividade humana, especialmente às grandes quantidades de dióxido de carbono lançadas para a atmosfera pelo uso intensivo de combustíveis fósseis.

Clima

Mais Clima

Patrocinados