BES: investidores protestam à porta do Novo Banco

Redação , LF
22 jan 2015, 14:24

Clientes que subscreveram dívida do GES nos balcões do antigo BES manifestaram-se esta manhã em Lisboa

Clientes do Novo Banco que subscreveram dívida do Grupo Espírito Santo nos balcões do antigo BES manifestaram-se hoje, ao final da manhã, junto à sede do banco, em Lisboa, apelando a soluções que permitam reaver o dinheiro investido.

«Perdi 100 mil euros em papel comercial, as poupanças de uma vida que guardei para a minha reforma e para poder ajudar os meus filhos», contou à Lusa António Maneiras, um reformado de 76 anos que veio do Seixal para se juntar ao protesto de hoje, que ao final da manhã reuniu pouco mais de uma dezena de pessoas.

António recordou o dia em que decidiu investir em papel comercial do banco: «A minha gestora do BES contactou-me, sabia que eu tinha vendido ações e tinha o dinheiro disponível, ofereceu-me 5% de juros e garantiu-me que não punha o meu dinheiro em risco».

Este reformado disse ainda que é nos jornais que consegue alguma informação sobre o processo do BES, uma vez que o banco não lhe faculta qualquer informação sobre quando ou como poderá reaver os seus cem mil euros.

A maioria dos que hoje se deslocaram à sede do Novo Banco para protestar é pessoas com mais de 50 anos e que vieram do norte do país.

Os manifestantes esperavam a chegada de dois autocarros vindos do Porto, que transportavam clientes do BES que subscreveram papel comercial e que se iam juntar ao protesto.

Domitila Barradas, de 53 anos, também não sabe quando pode reaver os 50 mil euros investidos em papel comercial: «Uma vida inteira de trabalho. Tenho medo de não receber este dinheiro que é meu», contou.

Alguns manifestantes exibiam cartazes dizendo «Nova Banco caloteiro» e «Onde está o meu depósito?» e «Será que o Banco de Portugal/Estado abandonaram 5.000 famílias?».

A 03 de agosto passado, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado banco mau (um veículo que mantém o nome BES e que concentra os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas) e o banco de transição que foi designado Novo Banco.

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