Inundações na África do Sul fazem pelo menos 400 mortos

Agência Lusa , RL
15 abr 2022, 13:40
Inundações na África do Sul

Região de Durban foi a principal afetada pelas cheias. Número de vítimas continua a aumentar

O número de mortos pelas inundações na África do Sul subiu para cerca de 400 na sexta-feira, principalmente na região de Durban, na costa leste do país, segundo as autoridades locais.

"Um total de 40.723 pessoas foram afetadas. Infelizmente, o número de mortos continua a aumentar, com a última atualização de mortos registada em 395", revelou em comunicado o departamento de cooperação e assuntos tradicionais da província de KwaZulu-Natal,

Os números atualizam o último balanço de 340 vítimas mortais, divulgado na quinta-feira pelo chefe de governo da província, Sihle Zikalala, numa conferência de imprensa virtual, sendo a maioria das vítimas da região de Durban, cidade portuária de Kwazulu-Natal aberta ao Oceano Índico e epicentro das fortes chuvas que começaram no último fim de semana.

O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, que esteve quarta-feira no local, hoje numa deslocação a Mpumalanga, no nordeste do país, onde discursava numa igreja por ocasião das celebrações da Páscoa, lamentou o "desastre de enormes proporções, nunca antes visto no país”.

Cyril Ramaphosa confessou estar a passar por "um dos momentos mais tristes" do seu mandato quando conheceu uma família que perdeu 10 membros, devido ao mau tempo, incluindo crianças pequenas.

"Alguns deles viram os seus familiares serem levados, sem poder resgatá-los, estendendo a mão para segurá-los, mas o poder da água levou-os", precisou.

A previsão meteorológica indica a continuação de chuva durante o dia de hoje e fim de semana, com novos riscos de inundações e deslizamentos de terra, prevendo que o mau tempo afete também as províncias vizinhas do Estado Livre (centro) e do Cabo Oriental (sudeste) onde "já se registou uma morte" segundo Cyril Ramaphosa.

"O nosso país está a enfrentar enormes desafios", comentou, listando a onda de violência sem precedentes que abalou o país em julho e as consequências de dois anos de combate à pandemia.

"Enquanto pensávamos que poderíamos sair do estado de desastre, outro desastre, desta vez natural, atingiu o nosso país", disse.

O Presidente sul-africano declarou na quarta-feira o estado de calamidade na província de KwaZulu-Natal.

Por causa das inundações, o porto de Durban, a zona de transporte de carga marítimo mais importante do continente africano, suspendeu as operações e os caminhos-de-ferro da zona registaram danos considerados significativos.

Grandes fábricas, como a unidade de montagem da Toyota em Durban, ficaram inundadas e tiveram que interromper a atividade, tendo sido mobilizados contingentes policiais para travar tentativas de saques e o Exército destacado tropas para apoiar operações de resgate.

Na sequência da catástrofe natural, vários líderes do continente africano manifestaram solidariedade e têm enviado mensagens de condolências.

O KwaZulu-Natal tem registado um aumento deste tipo de desastres climáticos nos últimos anos, tendo o mais grave ocorrido em 2019, quando chuvas torrenciais e inundações provocaram cerca de 80 mortos.

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