“Sete assassinos russos vinham caçar pessoas entre as 08:00 e as 10:00: eles não eram soldados, eram animais” - a guerra, seis meses

“Sete assassinos russos vinham caçar pessoas entre as 08:00 e as 10:00: eles não eram soldados, eram animais” - a guerra, seis meses

Texto e Fotografia
Germano Oliveira
em Bucha

Multimédia
Teresa Abecasis

Aviso: este artigo contém linguagem e descrições que podem ferir a suscetibilidade de alguns leitores

Uma mulher que zelou 10 dias pelos cadáveres do marido e do filho; um homem que abriu a porta e levou um tiro; uma mulher que supostamente parou um tanque russo com um machado mas que tinha algo mais brutal para contar: assassínios aleatórios, macabros. Este relato começa na morgue de Bucha, na Ucrânia, e termina com a decisão de uma rapariga de 15 anos de não querer ser comida pelos cães. A guerra faz seis meses e ainda ninguém sabe mesmo o que se passou - vai-se sabendo

A mulher chegou à morgue e depois ficou parada na rua junto à arca frigorífica onde estavam os cadáveres, fez o mesmo no dia a seguir e no dia a seguir a esse até que num dos dias ficou para o dia seguinte, dormiu ali junto aos mortos, os mortos dos outros mas os mortos dela também, o cadáver de um dos filhos daquela mulher estava dentro da arca e o cadáver do marido dela estava junto ao do filho de ambos, ela ficou ali a fazer-lhes companhia, viva-morta ao lado dos mesmo-mortos dela, “ela teve de esperar dez dias para que os dois corpos fossem retirados”, diz Ania Dolid, “os cadáveres têm de sair um a um para serem examinados pelos procuradores que estão a recolher indícios de crimes de guerra”, Ania Dolid, 40 anos, é psicóloga, “ela andou aqui à volta durante 10 dias, até chegou a dormir cá, ficou à espera que os cadáveres do filho e do marido fossem retirados”, Ania Dolid é voluntária na morgue de Bucha, a história daquela mulher que dormiu encostada à arca dos cadáveres não se esquece, “falei com ela, caminhei com ela, tentava acalmá-la e relaxá-la para que ela fosse dormir a casa para depois regressar”, num dos dias aquela mulher ignorou o conselho porque achou que o lugar dela era ali mesmo junto à sua família assassinada, queria vê-los imediatamente quando fossem retirados e ao fim daqueles 10 dias foram-no mesmo, “depois de os cadáveres do filho e do marido terem sido examinados recomendámos a esta mulher que deixasse a Ucrânia e recomeçasse a vida num sítio novo, diferente”.

Bucha é terra-mártir para os ucranianos e terra-ficção para o Kremlin, o Kremin diz que os ucranianos inventaram em Bucha um massacre de civis que garante nunca ter acontecido, por isso os ucranianos abriram aquelas ruas aos jornalistas e aos procuradores para que uns e outros fossem recolher provas da ficção ou do martírio - e Ania Dolid, que nem é jornalista nem procuradora, já fez a sua investigação, “ajudei mais de 500 pessoas, todos os dias, a toda a hora, temos uma linha telefónica que funciona em permanência, há mais cinco psicólogos comigo aqui, as pessoas podem ligar-nos a qualquer hora e nós falamos, ajudamos, fazemos consultas ao telefone ou presencialmente”, são 500 histórias de gente que perdeu gente, “há pessoas que ficam tão em choque que nem sequer ficam aqui comigo, vão embora, não querem ouvir ninguém, mas depois essas pessoas acabam por voltar aqui e falam, choram, é aí que começa a terapia”, Ania Dolid explica que a cada pessoa-viva que chega à morgue é-lhe sempre contada a verdade sobre o que aconteceu à respetiva pessoa-morta que ali é examinada, “eu explico o que se passou, como é que o familiares destas pessoas morreram, conto a verdade toda mas passo a passo, no final desta etapa começamos a tratar dos preparativos do funeral mas a terapia prossegue, vai demorar meses, a dor fica para sempre e a questão é saber se estas pessoas vão ser derrotadas por essa dor ou aprender com ela”, mas por vezes não se sabe a que vivos pertencem os corpos dos mortos que estão naquela arca, “os procuradores estão a fazer testes de ADN porque há cerca de 200 pessoas na morgue que eles não sabem quem são”, minutos depois uma comitiva de carros escoltada por veículos da polícia sai da morgue, “são eles, os procuradores”, há uma equipa de peritos que veio de França para se juntar aos investigadores locais para averiguarem em conjunto que crimes é que aqueles cadáveres contam, naquele dia de maio estiveram 10 procuradores na morgue.

Enquanto é fotografada, Ania Dolid fala sobre uma mulher que enfrentou um tanque russo com um machado, "posso dar-vos o contacto dela", deu, “ela viveu em Bucha durante todos os dias da ocupação russa, é uma mulher que sabe tudo o que aconteceu”, trata-se de Alina Nedashkivska, “falem com ela, falem com ela”, Ania conta que um dia um tanque estacionou em frente ao apartamento de Alina e que Alina foi à janela enfrentá-los, Ania imita as palavras de Alina, "saiam daqui, caralho, atiro-vos com tomates e batatas", Ania muda o tom de voz quando declama o palavrão, diz “caralho” baixinho” e sorri, "a Alina é uma mulher magnífica, protegeu muita gente, idosos, doentes, ela protegeu toda a gente", despedimo-nos de Ania e o tradutor que está com a CNN Portugal liga imediatamente para Alina, a entrevista com a mulher do machado que sabe tudo o que aconteceu em Bucha fica marcada para as 10:00 do dia seguinte.

No caminho de regresso a Kiev pedimos ao tradutor que é também o condutor para parar o carro na rua Yablunska porque há um pequeno bairro social onde está reunida alguma gente, uns são mais velhos e outros mais novos, duas crianças com pistolas de brincar disparam tiros invisíveis entre si, “pum pum”, uma delas faz as onomatopeias, há algo de perturbador em ver duas crianças a brincar à guerra fictícia no meio da guerra real, e a seguir elas fazem um cessar-fogo, há algo de tranquilizador ao ver duas crianças a brincar ao cessar-fogo fictício no meio de nenhum cessar-fogo real, aquelas duas crianças fazem portanto um cessar-fogo porque há um cão ao sol deitado sobre a relva a quem vão dar festas, “a primeira vaga de soldados da Rússia era normal, não foram violentos connosco, mas a segunda vaga não era gente normal”, Nadia Chernousova, 42 anos, mora ali na rua Yablunska e começa a contar a sua história, “ocuparam o meu apartamento, fica no quinto andar”, aponta para cima, “ocuparam o quinto andar porque era ótimo para os snipers, foi o que eles disseram, mexeram-me em tudo em casa, roubaram algumas coisas, nada de especial, mas alguém cagou numas calças do meu marido e deixaram-nas lá para vermos aquilo, quando chegámos lá estavam elas, merda dentro das calças”, enquanto o tradutor está a dizer “shit in his trousers” um homem aproxima-se e diz “trousers, trousers”, está bêbedo, Nadia afasta-o com a mão, “sai daqui”, ele sai, há uma mulher a ver e a ouvir tudo encostada junto à porta de um dos blocos de apartamentos, Nadia aponta para ela e baixa o tom da voz, “mataram o marido dela”, e a seguir Nadia retoma o relato anterior, “eu fui para Irpin enquanto os russos estavam aqui, eu sou de lá, comprei foi aqui este apartamento em Bucha mas aqui era muito perigoso, eles matavam pessoas, eles violavam pessoas”, Nadia começa a chorar, “em Irpin era mau, havia bombardeamentos mas era mais bem defendida, aqui violavam, violavam”, Nadia continua a chorar e murmura coisas que o tradutor não entende, “defenderam melhor Irpin que Bucha, no caminho para Irpin vimos um carro com crianças lá dentro a ser destruído”, Nadia está a soluçar, passa as mãos pelo rosto para limpar as lágrimas, “começámos a correr para Irpin e vimos mais três carros com gente no interior a serem atacados”.

Uma mulher intervém na conversa, recusa-se a dar o nome porque tem medo de represálias, “a minha vizinha tinha medicação para ir levar a pessoas, saiu para a rua, soldados russos apanharam-na, amarraram-na a uma árvore e violaram-na, era um grupo de homens, ela ficou ali assim e morreu, duas outras raparigas que foram violadas estão grávidas”, Nadia volta a intervir, “violaram duas raparigas no abrigo do jardim de infância, mataram civis”, Nadia diz que os russos tinham ainda alvos específicos, “eles procuravam homens com determinadas tatuagens, tatuagens militares - se as tivessem eram mortos com um tiro no olho”, as lágrimas regressam-lhe, “os russos, para nós, não são russos, desapareceram como nacionalidade para nós, queremos que os filhos deles passem pelo mesmo”, à pergunta “os procuradores já estiveram aqui a falar convosco?” ela responde “sim”, entretanto o tradutor tenta chegar à fala com a mulher que perdeu o marido  mas outros homens e mulheres que estão ali perto não deixam, levam-na para um parque que fica no meio dos prédios, o tradutor vai até lá, eles dizem-lhe que ela não vai falar mas explicam que o marido dela era um ex-militar, bateram à porta deles, ele abriu-a e foi morto, tinha combatido no Donbass em 2014, enquanto o tradutor conta o que lhe contaram o homem bêbedo aproxima-se de novo, diz que a autarquia não o ajuda, Nadia afasta-o de novo, limpa outra vez as lágrimas porque não quer aparecer a chorar na fotografia.

03
Os sete assassinos

“Entrem, entrem”, Alina Nedashkivska, 42 anos, está à porta do prédio dela, fica em Bucha, a maioria dos andares no topo daquele bloco de apartamentos está queimada, são tantas as janelas e as varandas esventradas, em torno delas veem-se longos vestígios do fogo de guerra que mutilam de negro o cor-de-rosa da pintura exterior do edifício, “rosiyany, rosiyany”,  foram os russos, os russos, enquanto Alina sobe as escadas que vão dar ao apartamento dela, fica no primeiro andar, explica que os rosiyany chamavam-lhe “tia”, “tia isto, tia aquilo, que estás a fazer hoje, tia?”, ela ri-se, ri-se muito, Alina é das poucas pessoas com quem falámos na Ucrânia que não haverá de chorar uma única lágrima quando contar o seu horror, aprendemos pelas histórias na morgue que cada ucraniano sofre as suas perdas e vive a sua resistência ora com muita exteriorização ora com menos mas que o sofrimento custa muito e custa a todos, Alina entra em casa e começa a fazer café, “querem?”, acende o lume e entretanto pega no telefone, “veem?”, são imagens de ucranianos mortos em Bucha no início de março, imagens cuja autenticidade a CNN Portugal confirmou: há cadáveres espalhados pelo chão, corpos mortos com os membros torcidos, rostos com os olhos perfurados por tiros, pernas alvejadas, mãos atadas atrás das costas, ninguém naquele apartamento vê o vídeo até ao fim, a seguir Alina mostra outras imagens, são em frente à casa dela, “rosiyany, rosiyany”, eles de novo, e de repente no vídeo vê-se o canhão de um tanque russo a disparar a sua calamidade, toda a gente naquele apartamento vê o vídeo até ao fim, a seguir Alina serve o café, é muito bom.

O vídeo que Alina filmou da janela da sua casa

“Os procuradores já estiveram aqui”, Alina deu-lhes os vídeos,  “eram procuradores ucranianos, falaram com toda a gente que esteve aqui durante a ocupação”, estão agora 17 pessoas neste bloco mas eram 20 durante a ocupação russa, “eu estive aqui durante esse tempo todo”, diz Alina em ucraniano, "crazy woman", diz Alina em inglês a apontar para si própria, ri-se de novo, ela ri-se muito e é como o café dela, muito bom, é muito bom haver um sorriso destes no meio da guerra, “os russos não ocuparam casas neste sector, há outros sectores em que eles entraram nas casas, roubaram-nas, mas não aqui, aqui no oitavo andar há um homem sem pernas que vive com a mulher, eles estão ok, não podíamos sair, se saíssemos os snipers começavam a disparar, ninguém deste sector de casas morreu, noutros sectores morreram, uma mulher ia na estrada à procura de água, ela viu soldados, começou a correr, dispararam, mataram-na, tinha cerca de 50 anos, só a conhecia de vista”, Alina fala rapidamente e mistura muitos factos, são demasiadas histórias em simultâneo, é preciso pedir-lhe para abrandar, para recapitular.

Alina vive aqui há dois anos, a filha de 15 anos está no quarto a dormir, e no dia em que os russos chegaram a comunidade decidiu organizar a sua subsistência, “alguns vizinhos trouxeram-nos sacos grandes de batatas, fazíamos comida aqui para todos, sopa, comíamos uma vez por dia - não passámos fome mas passámos privações, era só batatas e era só água, um dos vizinhos tinha comprado farinha de pão quando já se falava sobre a possibilidade de vir a haver guerra, eu fazia muitas panquecas por dia, não dava para fazer pão mas dava para panquecas”, depois Alina diz o mesmo que Nadia Chernousova já tinha contado no dia anterior, que a primeira vaga de soldados russos era mais normal e conta histórias sobre isso, “houve um dia em que eu estava a cortar madeira, já era tarde e estava a anoitecer, e eu caí enquanto estava a cortar madeira, apareceram uns soldados russos e eu fiz umas palhaçadas enquanto estava no chão, eles riram-se e foram-se embora”, a seguir Alina conta a famosa história em que parou um tanque russo com o seu machado e ficamos a saber que a história não é tão mítica como parecia, “noutro dia em que eu estava a cortar madeira, a cortar uma árvore, não consegui, caí e fiquei ali, entretanto um tanque passa e eles veem-me com um machado, param o tanque, um dos soldados pergunta-me ‘mas que caralho estás aí a fazer com isso, com esse machado?, quem és tu?’”, Alina está a rir-se muito enquanto conta isto, “eu depois sento-me e digo-lhes ‘quem sou eu? sou uma pessoa sentada com um machado’, eles perguntam para que preciso do machado, ‘para cortar as árvores’, respondo, ‘cortar as árvores para quê?’ e eu explico que tenho de aquecer 20 pessoas, de fazer comida para elas, e eles ‘ok, ok’ e foram-se embora”, naquela primeira vaga de soldados russos era possível isto acontecer, falar e viver, na segunda era mais provável morrer sem sequer se falar. 

Perante a resistência ucraniana nos primeiros dias de guerra, resistência essa que se mantém até estes seis meses de invasão, os russos decidiram reforçar o seu contingente em torno de Kiev, cidade em que nunca entraram mas cujos arredores - Bucha, Irpin, Borodyanka, Hostomel, Andriivka - ocuparam: é a tal segunda vaga brutal que os ucranianos descrevem, “este segundo grupo não era um grupo de pessoas, de humanos, era um grupo de animais”, descreve Alina, “há um grupo que chegou aqui de carro, um carro civil, saíram sete pessoas de lá, estes animais começaram a disparar, a disparar sobre as pessoas, a disparar para o ar, disseram ‘saiam daqui todos, caralho, isto agora vai ser a sério’, eles eram caçadores de pessoas, escondiam-se em todo o sítio, nas garagens, nas árvores, atrás dos caixotes de lixo, disparavam sobre pessoas, civis, eram russos - não eram chechenos, eram russos, eu vivi sete anos em Moscovo, eu sei que eram russos”, Alina fez decoração de interiores na Rússia e deixou de falar com as pessoas de lá desde que a guerra começou, incluindo uma tia, “os primeiros soldados que vieram para aqui naquela primeira leva eram soldados a sério, estes eram animais, era tipo um grupo Wagner, eram profissionais, tinham roupas diferentes, havia outros soldados e mais este grupo, é como se fosse um grupo privado, eram caçadores, eram sete, todas as manhãs, das 8:00 às 10:00, estes sete vinham até aqui de carro, saíam e começavam a disparar, a matar, eu contei isto aos procuradores que vieram aqui”, mesmo dentro de casa era preciso saber onde se estar, “não podíamos passar pelas janelas, eles disparavam, durante quatro dias foi assim mas no quinto dia eles vieram mais tarde, dois civis, homens, estavam na rua porque achavam que eles já não vinham, eles mataram um e feriram o outro na perna”, Alina foi ajudar este ferido, “coloquei-lhe uma tala, na verdade era um pedaço de madeira de uma árvore, havia tanto sangue, os ossos todos partidos, tanto sangue, passou mais tarde nesse dia um carro da Cruz Vermelha ao longe, acenámos, acenámos, o carro veio, ajudaram-no, salvaram-lhe a perna”, quando este grupo de sete se ia embora ficavam outros militares a guardar a zona, “eu estive o tempo inteiro com um machado, se eles entrassem aqui era assim que me defenderia, a mim e à minha filha, venham ver o meu machado, está ali”.

Há outro detalhe na história de Alina que se cruza com o relato do dia anterior na rua Yablunska, “os russos tentaram encontrar pessoas que combateram no Donbass, os russos pagaram por essas informações e ficaram a saber onde é que essas pessoas moravam”, o marido de Alina tinha estado lá em 2014 mas morreu mais tarde de problemas cardíacos, “quando a guerra começou um amigo do meu marido que tinha combatido com ele ligou-me a pedir-me para esconder tudo o que eu tinha, as fotos do meu marido fardado, as fardas dele, tudo, que queimasse tudo, mas eu não quis queimar, escondi tudo, não fui capaz de destruir isto, são memórias, as minhas memórias, não fui capaz, se eles viessem então que viessem, vivo sempre cada dia como se fosse o último, era assim antes da guerra, é assim durante a guerra”, a guerra que continua, 181 dias, 26 semanas, seis meses dela, “temos de nos lembrar para sempre do que aconteceu aqui, temos de contar às próximas gerações o que se passou aqui, contar-lhes que não foram pessoas mas animais que passaram por aqui, russos, soldados russos, piores que os nazis”, e então Alina diz que quer contar uma história antes de se despedir, “é de uma rapariga que era refugiada de Donetsk, veio de lá em 2014: os pais moram em Irpin, entretanto ela veio morar para Bucha, tinha cerca de 20 anos, quando encontraram o corpo ela estava sem unhas nas mãos, tinha buracos de balas em duas pernas, torniquetes em ambas, havia vestígios de esperma de 10 pessoas diferentes dentro dela, 10 homens diferentes, 10, mataram-na, os pais dela decidiram contar isto no Facebook, deram entrevistas, a minha filha soube disto mas nunca quis sair daqui, ‘mãe, se fugirmos daqui e levarmos um tiro, mãe, se fizermos isso morreremos na rua e os cães vão comer-nos, por isso, mãe, se ao menos morrermos aqui, se nos matarem dentro da nossa casa, as pessoas depois vão saber quem nós somos e vão enterrar-nos’, a minha filha não quis sair daqui, ‘não quero sair, não quero sair’, ainda por cima ela tem dois pássaros e não os quer deixar”.

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