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O termo personalidade precede etimologicamente da palavra latina persona, que se referia às máscaras que os antigos atores usavam para expressar diferentes papéis nas representações teatrais. Para a psicologia, a personalidade trata-se de um conjunto de padrões na forma de pensar, sentir, agir e relacionar que permanecem relativamente estáveis ao longo do tempo, ou seja, é a forma de ser da pessoa. São estes traços que tornam cada pessoa única, uma vez que este conjunto de fatores vai influenciar as suas escolhas, comportamentos e os seus relacionamentos. A personalidade é construída desde a infância e é moldada até à morte. São os traços de personalidade que nos definem e são algo comum a todos os seres humanos.
Falamos de perturbação da personalidade quando esses mesmos traços determinam um padrão de comportamentos ou situações disfuncionais, prejudicam relações interpessoais, causam sofrimento significativo à pessoa ou, ainda, se desviam das expectativas da cultura onde a pessoa esta inserida. Note-se que é necessário que um ou mais traços de personalidade dominem o funcionamento da pessoa e que não exista diagnóstico de nenhuma outra patologia ou uso de substâncias. É importante salientar que o diagnóstico é clínico, isto é, é da responsabilidade dos profissionais de saúde e nunca dos familiares ou amigos da pessoa em questão.
As perturbações da personalidade variam nas suas manifestações, mas acredita-se que sejam causadas por uma combinação de fatores, nomeadamente: fatores genéticos, como o temperamento, a ansiedade, a agressividade, entre outros; fatores educacionais, como o modelo parental ou de outras pessoas significativas, o abuso e o trauma na infância; e os fatores ambientais, como o local onde a pessoa cresce e experiencia a sua vida. As características evidenciam-se na adolescência ou início da vida adulta. Não é possível estabelecer diagnóstico durante a infância, uma vez que, são muitas as alterações do funcionamento da criança. Muitas destas perturbações tornam-se menos graves com a idade, tornando a pessoa mais adaptativa ao seu quotidiano, no entanto, outros traços podem persistir com bastante intensidade ou até intensificar.
Existem vários tipos de perturbações de personalidade, mas em termos gerais podemos encontrar algumas características comuns a todas elas:
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A forma como percebem a si mesmos, aos outros e aos acontecimentos de vida, costuma ser diferente de como os outros percecionam ou se comportam;
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As suas respostas emocionais e a forma como se relacionam com outras pessoas diferem do esperado socialmente;
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Podem apresentar um controlo ou descontrolo nos seus impulsos, isto é, atraem a atenção tanto por excesso quanto por omissão.
É importante enfatizar que estamos perante padrões de comportamento e não apenas uma fase menos boa ou difícil. Como consequência do que foi dito anteriormente, aqueles que sofrem de uma perturbação da personalidade sofrem um desconforto significativo ou deterioração no âmbito social ou profissional, manifestando outros sintomas como ansiedade, depressão, abuso de substâncias, perturbações alimentares, problemas de cariz sexual, conflitos com os pares, entre outros.
A convivência com pessoas com perturbação da personalidade pode ser bastante complexa, ainda mais se não houver acompanhamento psicológico e/ou psiquiátrico. Os familiares e pessoas próximas sentem-se, muitas vezes, sobrecarregadas e sem competências de como agir nas diversas situações que surgem. É comum que o ambiente familiar arraste os seus próprios conflitos emocionais e dificuldades na hora de se relacionar.
Pode, ainda, existir um certo medo em contradizê-las, pois pode-se pensar que vão reagir com irritação ou explosão emocional.
É fundamental entender que uma pessoa com perturbação da personalidade não sabe agir de outra forma, o seu modo de ser é o resultado das dinâmicas e circunstâncias pelos quais passou na infância e adolescência. Desta forma, é essencial estar atento aos sinais, de modo a procurar ajudar profissional e, assim, melhorar a sua sintomatologia e relacionamentos interpessoais.
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Sugestões
Perturbações da personalidade existem quando os traços tornam-se tão pronunciados, rígidos e mal adaptativos que prejudicam o funcionamento interpessoal ou trabalho da pessoa;
Perturbações da personalidade estão entre os problemas clínicos mais resistentes e frequentes nos cuidados de saúde;
Muitas pessoas com perturbação da personalidade procuram ajuda psicológica pelo sofrimento causado pelas consequências dos seus comportamentos mal adaptativos;
As reações dos familiares têm grande influência, no sentido positivo ou negativo. O conhecimento é essencial;
Aceitar a situação e compreender o diagnóstico. Para aceitar é necessário entender exatamente como a psicopatologia funciona e, por isso, a ajuda do psicólogo é fundamental.
Ter empatia, e isto não significa dar a nossa aprovação e mostrar concordância com tudo o que as pessoas fazem, mas ajudará a manter a serenidade e a gerir melhor os conflitos;
Trabalhar a comunicação, pois comunicar é uma arte. Ter uma comunicação clara e assertiva, sem insinuações, ironias ou sentido duplo. Deve-se explicar com calma as consequências dos comportamentos nos outros ou situações;
Os resultados da intervenção psicológica são mais que promissores; o primeiro passo será procurar ajuda de um profissional. Um psicólogo pode ajudar.
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