O Psicólogo Responde: Como acabar com a baixa autoestima?
Ilustração O Psicólogo Responde. Fonte: Adobe Stock

O Psicólogo Responde: Como acabar com a baixa autoestima?

O Psicólogo Responde é uma rubrica sobre saúde mental para ler todas as semanas. Tem comentários ou sugestões? Escreva para opsicologoresponde@cnnportugal.pt

Renata Benavente
Psicóloga, vice-presidente da Ordem dos Psicólogos Portugueses

“Sou incompetente”. “Sou inútil”. Estes são alguns dos pensamentos comuns na baixa autoestima, tal como são comuns sentimentos como a tristeza, a preocupação ou a zanga. Mas comecemos pela definição de autoestima. É a avaliação subjetiva que cada um faz de si e traduz-se na forma como cada um se vê e o valor que atribui a si próprio. A investigação científica mostra que influencia o desempenho académico, a felicidade e a satisfação nas relações conjugais.

E quando é baixa? Isso pode resultar de vários fatores como, por exemplo, a aparência física ou o peso, problemas de saúde mental, maus tratos ou negligência sofridos na infância, estatuto socioeconómico, experiências emocionais significativas, pressão dos pares ou vitimação por bullying. Algo que se sabe ter influência sobre a autoestima é a qualidade das  relações precoces. Uma criança que não se sente suficientemente amada pelos cuidadores ou que sofreu algum tipo de negligência emocional pode vir a desenvolver a crença de que não é merecedora de afeto. Esta perspetiva irá condicionar a sua autoestima e a forma como se relaciona com os outros e como se avalia nos diferentes contextos (familiar, escolar, social, laboral). 

É habitual pessoas com baixa autoestima chegarem ao consultório a criticar-se excessivamente, descontentes com elas próprias. Muitas são hipersensíveis às críticas, vivem em indecisão, têm muito medo de cometer erros e sentem uma extrema necessidade de agradar (que pode levar à dificuldade em dizer não). É também comum que sejam perfecionistas, pessimistas e sintam culpa excessiva.

Há ainda muitos pensamentos que contribuem para perpetuar ou agravar a baixa autoestima: o ser humano deve ser perfeito, tenho de estar sempre feliz, os outros estão sempre certos, não sou suficientemente competente, os homens não choram, não devo sobrecarregar os outros com os meus problemas ou quando descobrirem como sou incompetente vão rejeitar me ou deixar de gostar de mim.

Para acabar com a baixa autoestima é importante reconhecer as dificuldades e quebrar rapidamente o ciclo.

Sugestões

1. Comece por identificar todas as qualidades, habilidades e conquistas (por pequenas que possam parecer) que já teve e desenvolva atividades profissionais, de lazer ou voluntariado que permitam pôr em prática essas competências

2. Invista em atividades gratificantes seja no campo profissional seja no contexto de tempos livres

3. Procure um ponto de vista alternativo. Pense em que se baseia este pensamento? Qual é a pior coisa que pode acontecer? O que diriam sobre isto as pessoas que me são próximas?)

4. Promova e mantenha relacionamentos positivos, melhore o autoconhecimento e evite as comparações com os outros

5. Pratique atividades relaxantes diariamente (ouvir música, cozinhar, caminhar), exercício físico e adote uma alimentação saudável e uma boa higiene do sono

6. Procure ajuda especializada junto de um(a) psicólogo(a)
 

 

VEJA TAMBÉM:

Scroll top