Nos 31 anos dos Acordos de Oslo, um ex-primeiro-ministro israelita e um ex-chefe da diplomacia palestiniana acabam de apresentar um novo enquadramento para a paz no Médio Oriente, uma derradeira tentativa de salvar a solução de dois Estados com base nas fronteiras definidas após a Guerra dos Seis Dias, em 1967. Nomi Bar-Yaacov, negociadora internacional e bolseira da Chatham House, fala num "raio de luz" e diz que todos os que defendem os direitos humanos devem continuar a lutar por essa solução. Mas o futuro é soturno para já. Quase um ano após os ataques do Hamas a Israel, continua sem se alcançar um cessar-fogo em Gaza, numa altura em que mais de 41 mil pessoas já foram mortas na ofensiva iniciada a 7 de outubro. A violência na Cisjordânia ocupada continua a escalar. E apesar dos contínuos protestos em Israel pela libertação dos 200 reféns levados pelo Hamas para o enclave, o primeiro-ministro não dá mostras de ceder. "Para entrar numa trajetória que ponha fim à guerra em Gaza e que conduza à estabilidade em Israel e na Palestina, é essencial remover Netanyahu do poder"
A semanas de se marcar um ano dos ataques do Hamas a Israel e do arranque da ofensiva armada contra a Faixa de Gaza, o progresso por um cessar-fogo no enclave que preveja a libertação dos reféns levados a 7 de outubro tem sido nulo. Os manifestantes em Israel estão a ficar desesperados – e Benjamin Netanyahu continua sem dar sinal de que vai mudar de rota.
Com renovados protestos contra o governo em Telavive e noutras cidades israelitas, a divulgação esta semana da gravação áudio de uma acesa discussão entre o pai de um dos reféns mortos num túnel de Rafah e o primeiro-ministro veio acirrar ainda mais as tensões. “Aconteceu tudo sob a sua supervisão”, ouve-se o rabino Elchanan Danino, pai de Ori Danino, dizer num tom irado a Netanyahu. “O meu filho foi assassinado num túnel construído por si. Você está no poder há muitos anos, muitos muitos. O cimento e os dólares entraram em Gaza sob a sua supervisão. Está sentado sem fazer nada há 15 anos, não fez nada. Equipou [os militantes do Hamas] com espadas, equipou-os com túneis e dólares. Não fez nada.”
Depois de ter pedido desculpa às famílias dos reféns pela primeira vez em 11 meses, e em resposta ao áudio divulgado pelos media na terça-feira, Netanyahu partilhou um vídeo a assegurar: “Eu ouço a dor das famílias dos reféns, que perderam tudo o que lhes era mais querido. Eu ouço. Eu escuto. E eu não julgo. Estou a fazer todos os possíveis para trazer os reféns de volta e vencer a guerra.”
Os analistas e negociadores discordam. “Netanyahu está a colocar-se acima e além de tudo o resto, está a pôr a sua sobrevivência pessoal acima dos reféns, da nação e de vidas inocentes, quer de israelitas quer de palestinianos, e para entrar numa trajetória que ponha fim à guerra em Gaza e que conduza à estabilidade em Israel e na Palestina é essencial remover Netanyahu do poder”, defende à CNN Portugal Nomi Bar-Yaacov, negociadora internacional, especialista em geopolítica e diplomacia e bolseira associada do Programa de Segurança Internacional da Chatham House.
Bar-Yaacov não tem dúvidas neste ponto: “Claramente Netanyahu não tem priorizado os reféns – quando houve oportunidades para os trazer de volta a casa vivos e em segurança, apresentou novas exigências para um cessar-fogo” – exigências que, na prática, fizeram as negociações andar para trás.
Esta crítica encontra respaldo num documento oficial redigido pelo governo a que o site de notícias em hebraico Yedioth Ahronoth (Ynet News) teve acesso no início de setembro. “A 7 de julho, Netanyahu apresentou à equipa israelita responsável pelas negociações sobre os reféns uma lista do que disse serem quatro exigências não-negociáveis para Israel avançar com a proposta [de cessar-fogo] apoiada pelos EUA”, indica o Times of Israel numa análise aos documentos.
E continua: “Embora o primeiro-ministro continue a insistir que não acrescentou nada à proposta de acordo sobre os reféns e que se limitou a clarificar as estipulações que já tinham sido estabelecidas, as exigências não constavam da proposta de 27 de maio – mas segundo o Ynet está presente na versão alterada, conhecida como ‘documento de clarificação’, mas apelidada de ‘esboço Netanyahu’.”
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Exigências num "documento de sangue"
Citado sob anonimato pelo Ynet, um funcionário israelita acusa Netanyahu de “sabotar intencionalmente” os esforços por um cessar-fogo e dá outro nome aos papéis agora vindos a público: “A História um dia vai julgar este documento de forma muito dura. Na minha opinião, a melhor alcunha é ‘documento de sangue’ – porque as suas páginas estão manchadas com o sangue dos seis reféns que foram assassinados no túnel em Rafah.”
Na base da dita sabotagem estão quatro novas exigências, incluindo Israel manter tropas no chamado corredor de Filadélfia, ao longo da fronteira de Gaza com o Egito, bem como no corredor de Netzarim e na passagem de Rafah. Sem a presença de forças israelitas no território, alega o primeiro-ministro, o Hamas sai fortalecido e pode voltar a atacar Israel. Mas são poucos os que apoiam essa versão.
“As capacidades militares do Hamas foram tão reduzidas que é possível abandonar o corredor de Filadélfia”, diz Bar-Yaacov. “O chefe de gabinete [de Netanyahu], o ministro da Defesa, que votou pela retirada das tropas, os líderes [das secretas israelitas] Shin Bet e Mossad, basicamente todo o aparato de segurança partilha desta visão e defende que é hora de alcançar um cessar-fogo e abandonar o corredor. É Netanyahu quem está a obstruir um acordo, a par de Yahya Sinwar [dirigente do Hamas após o assassínio de Ismail Haniyeh em Teerão] – temos os líderes de um lado e do outro sem dar sinais de que um cessar-fogo será alcançado.”
A alumiar a posição intransigente de Netanyahu estão vários membros do atual governo de coligação, composto por 38 ministros, “muitos dos quais têm uma visão messiânica do mundo e acreditam que é possível destruir o Hamas enquanto movimento e enquanto grupo militar”, adianta a analista da Chatham House – “mas está claro que não é possível destruir uma ideologia e, quanto às capacidades militares, já foram muito reduzidas”.
Esse mesmo aparato de segurança disse esta semana não haver “quaisquer sinais” de que o Hamas vá usar o corredor de Filadélfia para contrabandear reféns para o Egito, uma das alegações de Netanyahu. E o próprio ministro da Defesa, Yoav Gallant, voltou a assegurar há dias que “o Hamas enquanto formação militar já não existe” e que é possível alcançar um acordo que “altere a situação securitária no terreno em todas as frentes”, incluindo na fronteira com o Líbano, onde continuam em alta as tensões com o Hezbollah apoiado pelo Irão.
São já conhecidas as desavenças entre Gallant e Netanyahu, da mesma forma que é sabido que os grandes influenciadores do primeiro-ministro israelita são os “messiânicos” Bezalel Smotrich e Itamar Ben-Gvir, respetivamente ministro das Finanças e ministro da Segurança Nacional, que sem pudores mantêm que não apoiam qualquer tipo de acordo com o Hamas – e que têm garantido que, se um cessar-fogo for implementado, abandonarão o governo, levando consigo os deputados que mantêm a coligação de pé.
“O Knesset tem 120 membros e a coligação de Netanyahu tem 64, portanto seria necessário que cinco membros dessa coligação desertassem” para o governo cair, explica Nomi Bar-Yaacov. “Tem sido um erro a oposição não se unir e não fazer lóbi junto dos membros mais moderados do Likud [o partido do primeiro-ministro]. Netanyahu é um mestre da sobrevivência e vai usar qualquer tática necessária para ficar no poder. E não é claro quando é que cinco membros vão desertar, ou sequer se cinco membros vão desertar.”
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O mito do “fim de Netanyahu”
Sob o acordo fechado no final de 2022 para formar esta coligação, está prevista dentro de meses a rotação de cargos entre o partido Sionismo Religioso de Smotrich e o partido religioso Shas de Aryeh Deri, que numa entrevista em abril defendia que Israel deve dar ouvidos à administração norte-americana. Esse, indica a negociadora para o Médio Oriente, é um momento a que se deve prestar atenção, pelo potencial de fazer cair o governo. Mas até lá, ou mesmo depois, é possível que tal não aconteça.
“Tenho relutância em fazer previsões, apesar de haver muita pressão sobre a oposição para se unir. O governo pode cair simplesmente porque não consegue aprovar o Orçamento do Estado [para 2025, numa altura de grandes dificuldades financeiras no país] ou pode cair por causa de outras questões internas – pode acontecer, mas não há garantias de que venha a acontecer.”
Em março, cinco meses depois dos ataques do Hamas que provocaram 1.200 mortos, Nomi Bar-Yaacov assinou um artigo para a Chatham House onde referia que “a era de Benjamin Netanyahu está a aproximar-se do fim – embora ninguém saiba exatamente quanto tempo será necessário para o destituir do cargo”. Após meio ano, numa altura em que a ofensiva de Israel contra Gaza já vitimou mais de 41 mil pessoas, a especialista israelita mantém a afirmação, contra todos os vaticínios que surgem a cada nova manifestação contra o primeiro-ministro que mais tempo ocupou o cargo na história do país, num total de 16 anos.
“Não concordo que Netanyahu tenha os dias contados”, diz a analista à CNN. “Temos ouvido isso desde o início da guerra, mas isso só pode acontecer ou com eleições [para já previstas para outubro de 2026] ou com a queda do governo antes delas – e é improvável que o governo caia por causa do cessar-fogo.”
Quando há duas semanas o exército israelita recuperou os corpos dos seis reféns que integravam a lista do Hamas para libertação sob um potencial acordo de cessar-fogo, centenas de milhares de pessoas saíram à rua exigindo novamente a demissão de Netanyahu – e multiplicaram-se novamente os artigos sobre as pressões acrescidas para que abdique do poder, antevendo-se o iminente “fim de Netanyahu”.
Foi também nesse contexto que os familiares de alguns reféns com nacionalidade norte-americana pediram ao governo de Joe Biden que considerasse assinar um acordo com o Hamas sem incluir Israel, como noticiado pela NBC News há alguns dias. Fontes da administração norte-americana admitem que estão a ser consideradas “todas as opções”, incluindo essa, mas defendem que excluir Israel é, ainda assim, mais uma miragem do que uma real possibilidade.
“Penso que os EUA estão totalmente fartos [de Netanyahu] e que, em parte, isso foi uma tática”, diz Bar-Yaacov. “Esta ideia de chegar a um acordo em separado para os reféns americanos nasceu dessa frustração e não se sabe se pode ou não acontecer, mas parece improvável. O único caminho, como Antony Blinken disse esta semana, é que os dois líderes, Netanyahu e Sinwar, alcancem um acordo – mas há vários meses que se tornou muito claro que, sem a remoção de Netanyahu e sem uma estratégia de saída para o Hamas, não haverá qualquer acordo.”
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A “traição” a Biden e as eleições americanas
A dita estratégia de saída para o grupo que EUA e União Europeia classificam como terrorista voltou à mesa de negociações no início da semana, quando em declarações exclusivas à Bloomberg o enviado israelita para os reféns disse que Telavive está pronto para permitir que os líderes do grupo abandonem Gaza. “Estou preparado para assegurar passagem segura a Sinwar, à sua família e a quem quiser juntar-se-lhes”, disse Gal Hirsch ao jornal americano. “Queremos os reféns de volta. Queremos a desmilitarização, a desradicalização claro – um novo sistema de gestão de Gaza”, adiantou, sem referir qual foi a resposta do Hamas.
Crê-se que 97 dos 251 reféns levados pelo Hamas há 11 meses continuam em Gaza, incluindo os corpos de pelo menos 33 cuja morte já foi confirmada pelo exército israelita. Durante uma trégua de uma semana no final de novembro, o Hamas libertou 105 civis, a juntar a outros quatro reféns libertados antes disso. Desde 7 de outubro, oito foram resgatados com vida, a par de 37 reféns mortos, incluindo três mortos por soldados israelitas quando tentavam escapar aos raptores. O Hamas mantém ainda reféns dois civis israelitas que entraram na Faixa de Gaza em 2014 e 2015, bem como os corpos de dois soldados mortos há uma década. Como pré-condição para o retorno dos reféns, vivos e mortos, o Hamas exige a retirada total das tropas israelitas e a libertação de dezenas de palestinianos presos em Israel.
“A única maneira de se alcançar um cessar-fogo é que os países com poder de influência – os EUA sobre Israel e potencialmente o Qatar sobre o Hamas – exerçam pressão suficiente para infligir um custo a Netanyahu e a Sinwar, que os coloque numa posição em que não podem dizer que não”, defende Nomi Bar-Yaacov.
“Se os EUA conseguirem condicionar Netanyahu a consentir na proposta de cessar-fogo sob um preço que ele não é capaz de imaginar, então ele concordará – fora isso, nada parece influenciá-lo. E é improvável que isso aconteça até às próximas presidenciais norte-americanas. Nunca se sabe, algum gato pode sair do saco, mas de momento não parece muito provável que haja um acordo antes disso. Biden sente-se traído por Netanyahu e vai tentar fazer de tudo para ter um acordo antes disso, mas é improvável.”
Com as presidenciais marcadas para 5 de novembro, o tópico Médio Oriente não figura na lista de temas prioritários para o eleitorado norte-americano, o que não significa que não seja uma das questões mais sensíveis de política externa a assombrar os dois candidatos – a atual vice de Biden, a democrata Kamala Harris, e o ex-presidente Donald Trump, novamente candidato pelo Partido Republicano.
“Se o presidente Biden e a vice-presidente Kamala Harris precisavam de ser lembrados que Benjamin Netanyahu não é amigo deles, não é amigo da América e, o que é mais vergonhoso, não é amigo dos reféns israelitas em Gaza, o assassínio pelo Hamas de seis almas israelitas enquanto Netanyahu arrasta as negociações deveria tornar isso claro”, escrevia esta semana o prestigiado jornalista Thomas L. Friedman no New York Times.
Ecoando a ideia de Bar-Yaacov e outros especialistas, Friedman referia no artigo que “Netanyahu tem apenas um interesse, a sua própria sobrevivência política imediata, mesmo que isso comprometa a sobrevivência de Israel a longo prazo” e dirigia um aviso a Kamala Harris: “Não tenha dúvidas, isto vai levá-lo a fazer coisas nos próximos dois meses que podem prejudicar seriamente as suas hipóteses de ser eleita e reforçar as de Trump. Tenha medo.”
“Uma das razões pelas quais um cessar-fogo é improvável para já é que Netanyahu está a tentar ajudar Trump e a melhor maneira de o ajudar é garantir que não há acordo, para que Trump possa apresentar isso como um fracasso por parte dos democratas”, defende a analista da Chatham House.
“Se Trump vencer, vai tentar uma normalização com a Arábia Saudita e tentar que Netanyahu diga as coisas certas sobre o Estado da Palestina – mas haverá um fosso entre a retórica e as ações.” E se Harris for eleita? “Eventualmente”, responde Bar-Yaacov, “os democratas vão alcançar um acordo para uma primeira fase, uma trégua de 42 dias, e uma transição para a segunda fase”. O que virá a seguir, ainda com Netanyahu no poder, é contudo uma incógnita.
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Uma “centelha de esperança”
Três dias depois de o secretário de Estado norte-americano ter garantido que 90% do acordo está fechado (sem especificar que pontos de contenda persistem entre as partes), o Haaretz publicou uma análise sobre “a próxima fase da guerra em Gaza”, que segundo o diretor do jornal israelita, Aluf Benn, já está em marcha e que vai passar pela “anexação” do norte de Gaza, a “expulsão” dos palestinianos daquela zona e a construção de novos colonatos israelitas no território.
A par da anexação de mais território na Cisjordânia ocupada, em marcha desde antes da guerra em Gaza, a dita próxima fase do conflito surge como mais um prego no caixão da solução de dois Estados. E isso vem esbater ainda mais as fronteiras do Estado de Israel e do futuro Estado da Palestina definidas por sucessivos acordos ao longo das décadas, incluindo os Acordos de Oslo, que foram firmados faz esta sexta-feira 31 anos pelo então primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin, e o líder da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Yasser Arafat, com mediação do presidente americano Bill Clinton.
Quando foram assinados, havia cerca de 110 mil colonos judeus a viver na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental (a cidade reclamada como capital pelos dois lados). Hoje, esse número ascende a 517 mil colonos na Cisjordânia, sem contar com a zona leste de Jerusalém, onde haverá mais de 200 mil israelitas a viver em bairros que Israel considera parte da sua capital, mas que a comunidade internacional classifica como colonatos.
Recentemente – no que Nomi Bar-Yaacov diz ser uma “nota otimista” e uma “centelha de esperança” num panorama lúgubre – Nasser al-Qudwa, antigo ministro palestiniano dos Negócios Estrangeiros e sobrinho de Arafat, e Ehud Olmert, primeiro-ministro de Israel entre 2006 e 2009, apresentaram uma proposta de paz com base nas fronteiras definidas em 1967. São as mesmas fronteiras que Espanha, Noruega e Irlanda defenderam ao anunciarem o reconhecimento oficial do Estado da Palestina em maio deste ano, fazendo subir para 146 o número de Estados-membros da ONU que já reconhecem esse direito à Palestina, de um total de 193 (Portugal ainda não deu o mesmo passo).
A proposta de Al-Qudwa e Olmert para salvar a solução de dois Estados passa pela anexação por Israel de 4,4% do território da Cisjordânia ocupada, em troca de território israelita a definir, incluindo um corredor a ligar a Gaza.
Prevê ainda o plano que Joe Biden apresentou ao Conselho de Segurança da ONU, para a criação de um “conselho de comissários” que governe o enclave palestiniano após a retirada israelita, a par de uma Presença Temporária de Segurança Árabe, a coordenar-se com o exército de Israel e com uma nova força de segurança palestiniana, e de um destacamento de tropas internacionais ao longo do rio Jordão.
“Não há outra solução, a solução de dois Estados é a única via para a paz, será preciso fazer ajustes a acordos anteriores, mas esta proposta mostra que existe uma alternativa à atual situação e temos de apoiar isso, todos os que defendem os direitos humanos e a paz têm de apoiar a solução de dois Estados”, defende a negociadora israelita. “A guerra não pode continuar, a ocupação não pode continuar sem que isto se transforme num conflito regional a jusante. O único caminho é um cessar-fogo, reformas, eleições em Israel, um período de transição nos dois lados e a aceitação pelos palestinianos de uma presença internacional – porque a alternativa é terrível. Um só Estado será um banho de sangue.”